Björk duela com Rosalía em clipe de protesto ecológico

A cantora islandesa Björk lançou nesta terça (21/11) uma música em parceria com a espanhola Rosalía. Intitulada “Oral”, a música ganhou um clipe em que as duas duelam com golpes de artes […]

YouTube/Björk

A cantora islandesa Björk lançou nesta terça (21/11) uma música em parceria com a espanhola Rosalía. Intitulada “Oral”, a música ganhou um clipe em que as duas duelam com golpes de artes marciais, mas ao pegar espadas decidem se juntar contra um inimigo comum. O vídeo foi criado com a ajuda de dublês e efeitos visuais – que rejuvenescem Björk.

A faixa é antiga. Ela foi gravada no final dos anos 1990, entre os lançamentos de “Homogenic” (1997) e “Vespertine” (2001), mas ficou de fora dos discos, porque Björk considerou que o ritmo era muito pop. Para o lançamento, a cantora decidiu não regravar sua voz, aproveitando a sessão original, que foi complementada pela participação de Rosalía.

“Esta é uma música minha de 25 anos que escrevi e programei inspirada em uma batida de dancehall (a avó do reggaeton). As experiências de Rosalia com o gênero e sua voz incrível fizeram dela uma convidada óbvia para a música”, escreveu Bjork no X (antigo Twitter).

O lançamento tem motivação beneficente, como um protesto contra a atividade da piscicultura de salmão e os lucros beneficiarão o Fiorde Seyðisfjörður, que se opõem à atividade em território islandês.

“Sinto-me abençoado por ela [Rosalía] ter dito sim, e ela e sua equipe estão doando seu trabalho e todos os lucros para esta batalha [contra a piscicultura]. Acho que de alguma forma há uma ressonância elegante entre o fato de nossas vozes terem a mesma idade na gravação. Gostaria de agradecer Sega Bodega por co-produzir isso comigo e Rosália. Temos uma equipe de pessoas dos maiores grupos ambientais da Islândia com advogados que irão tratar de outros casos abertos de piscicultura. Gostaria de agradecer a todos por todo o seu árduo trabalho voluntário”.

Björk também escreveu sobre os riscos da piscicultura para o meio ambiente.

“A criação industrial de salmão em recintos abertos é horrível para o ambiente. O salmão de viveiro passa por imenso sofrimento e causa graves danos ao nosso planeta. Esta é uma forma extraordinariamente cruel de fazer comida. A luta contra a indústria de canetas de rede aberta faz parte da luta pelo futuro do planeta. Um dos desafios ambientais mais graves para o norte neste século é a acidez do oceano. No espaço de 5 anos, a piscicultura norueguesa em mar aberto das empresas MOWI e SalMar já danificou grandes áreas nos nossos fiordes, tanto a vida marinha, como os animais e as plantas. Ainda podemos reverter isso. Os nossos processos jurídicos sobre biodiversidade, crueldade contra os animais e muito mais poderão tornar-se casos exemplares em todo o mundo”.