As 10 melhores séries lançadas em outubro

O mês de outubro marcou as despedidas de “Patrulha do Destino” e “Reservation Dogs”, mas também trouxe muitas novidades, como as minisséries “A Queda da Casa Usher” e “Corpos”, produções nacionais e […]

Divulgação/Netflix

O mês de outubro marcou as despedidas de “Patrulha do Destino” e “Reservation Dogs”, mas também trouxe muitas novidades, como as minisséries “A Queda da Casa Usher” e “Corpos”, produções nacionais e desenhos animados adultos que já nasceram cultuados. Para fazer frente à avalanche de conteúdo das plataformas, que pode deixar algum lançamento importante passar batido, apresentamos abaixo um Top 10 mensal, tradição das viradas de mês, com a seleção das melhores séries lançadas no período recém-encerrado. Confira os hits e as descobertas que merecem atenção na fila do streaming.

 

A QUEDA DA CASA USHER | NETFLIX

 

A nova minissérie de terror do diretor Mike Flanagan volta ao tema das assombrações, que geraram suas melhores produções, “A Maldição da Residência Hill” (2018) e “A Maldição da Mansão Bly” (2020). Desta vez, a trama é baseada num clássico da literatura gótica de Edgar Allan Poe. Publicado em 1893, o conto original é um mergulho na loucura, isolamento e identidades metafísicas, que gira em torno de uma visita à casa de Roderick Usher, onde os moradores encontram-se sob uma estranha maldição. O texto clássico já ganhou várias adaptações no cinema – a mais antiga foi produzida em 1928 com roteiro do mestre do surrealismo Luis Buñuel e a mais famosa chegou aos cinemas em 1960, com o título brasileiro de “O Solar Maldito” e é considerada a obra-prima da carreira do diretor Roger Corman e do ator Vincent Price.

O conto, porém, nunca foi estendida como uma minissérie de oito capítulos, o que resultou em diversas alterações. Na versão escrita, produzida e dirigida por Flanagan, a história se passa nos dias de hoje e é praticamente uma “Successsion” do terror, com os irmãos Roderick (Bruce Greenwood, de “Star Trek”) e Madeline Usher (Mary McDonnell, de “Battlestar Galactica”) à frente de um império de riqueza, privilégios e poder, construído por meio de crueldade. O passado sombrio da família vem à tona quando os herdeiros começam a morrer nas mãos de uma mulher misteriosa e assustadora, vivida por Carla Gugino (“A Maldição da Residência Hill”), que demonstra poderes sobrenaturais ao exercer sua vingança. Bem distinta da fonte original, a produção ainda insere diversas referências às obras de Poe como easter eggs na trama, seja um gato negro aqui ou um corvo acolá.

Vale apontar que o elenco inclui várias figurinhas repetidas das séries e filmes anteriores de Flanagan, como Henry Thomas (“A Maldição da Residência Hill”), Kate Siegel (“A Maldição da Residência Hill”), T’Nia Miller (“A Maldição da Mansão Bly”), Katie Parker (“A Maldição da Mansão Bly”), Zach Gilford (“Missa da Meia-Noite”), Annabeth Gish (“Missa da Meia-Noite”), Michael Trucco (“Missa da Meia-Noite”), Samantha Sloyan (“Missa da Meia-Noite”), Rahul Kohli (“Missa da Meia-Noite”), Carl Lumbly (“Doutor Sono”), Robert Longstreet (“Doutor Sono”), Kyleigh Curran (“Doutor Sono”), Ruth Codd (“O Clube da Meia-Noite”), Sauriyan Sapkota (“O Clube da Meia-Noite”), Crystal Balint (“O Clube da Meia-Noite”), Aya Furukawa (“O Clube da Meia-Noite”), Matt Biedel (“O Clube da Meia-Noite”) e Igby Rigney (“O Clube da Meia-Noite”), enquanto os “novatos” se resumem a Mark Hamill (“Star Wars: Os Últimos Jedi”), Paola Nuñez (“Bad Boys Para Sempre”), Willa Fitzgerald (“Pânico: A Série”), Malcolm Goodwin (“iZombie”) e Daniel Jun (“The Expanse”).

 

LUPIN 3 | NETFLIX

 

A série segue as peripécias de Assane Diop (Omar Sy), um ladrão astuto que se inspira no personagem Arsène Lupin, uma figura icônica da literatura francesa, considerado o maior ladrão da ficção. Na parte 3, ele anuncia que vai roubar uma valiosa pérola negra e nem as ações preventivas da polícia conseguem impedi-lo. Entretanto, a trama tem uma reviravolta quando sua mãe é raptada por criminosos que desejam o fruto de seu roubo.

As Partes 1 e 2 de “Lupin” conquistaram o público e tornaram a produção a série francesa mais vista da Netflix, graças a uma trama intensa e divertida que conduz Assane em um jogo de tudo ou nada. O clima de suspense, as referências e os easter eggs da trama, bem como a interpretação carismática de Omar Sy, foram alguns dos elementos que contribuíram para seu sucesso.

 

RESERVATION DOGS 3 | STAR+

 

A série acompanha a história de adolescentes indígenas na região rural de Oklahoma, com planos para escapar da reserva após a morte de um querido amigo e conhecer a Califórnia. Na temporada final, o grupo retorna para casa depois de finalmente chegar à Califórnia, mas precisa lidar com as consequências de deixar a reserva. Elora, Cheese e Willie Jack conseguem chegar em casa, enquanto Bear embarca em uma jornada solo com seu Espírito Guia e se une a um teórico da conspiração chamado Maximus (Graham Greene, de “Longmire”), que tem visões semelhantes.

Com a temporada anterior focada principalmente nos adolescentes e em sua missão de ir para o Oeste, o final opta por dar mais espaço para as demais personalidades da série, como Big (Zahn McClarnon, de “Westworld”), que encara a trilha do Pé Grande e outras criaturas que provocam estranheza na noite, indicando ainda mais energia mística na trama.

Aclamada pela crítica, “Reservation Dogs” é notável por ser a primeira série a apresentar uma equipe totalmente indígena de escritores, diretores e elenco. A série foi criação do cineasta neozelandês Taika Waititi, diretor de “Thor: Amor e Trovão”, que é descendente da tribo maori, e de Sterlin Harjo, diretor-roteirista do premiado filme indie “Mekko” (2015), que tem sangue seminole e creek, e mora na região abordada pela trama. Harjo também dirige episódios e é coprodutor da atração com Waititi. Foram eles que decidiram que a 3ª temporada seria a última, por considerarem “o final perfeito para a série”.

 

CORPOS | NETFLIX

 

A minissérie criminal britânica é baseada na graphic novel homônima de Si Spencer. A trama se passa em quatro décadas diferentes, abrangendo 150 anos, em que quatro detetives investigam o assassinato do mesmo corpo, que é inexplicavelmente encontrado várias vezes no mesmo local em Whitechapel, em Londres. A narrativa singular começa nos anos 1890, quando o detetive Edmond Hillinghead investiga um homicídio em um contexto dominado pelos crimes de Jack, o Estripador. Avançando para os anos 1940, Charles Whiteman descobre um cadáver em meio aos escombros da Blitz em Londres. Já na década de 2010, a detetive Sahara Hasan encontra um corpo não identificado no mesmo local. Por fim, no ano de 2050, a detetive Maplewood depara-se com o assassinato em um mundo pós-apocalíptico.

Shira Haas (“Nada Ortodoxa”) vive Maplewood, Jacob Fortune-Lloyd (“O Gambito da Rainha”) é Whiteman, Amaka Okafor (“Sandman”) interpreta Hasan e Kyle Soller (“Anna Karenina”) tem o papel de Hillinghead. Cada um deles faz suas próprias descobertas sombrias sobre o cadáver. Além deles, o elenco destaca Stephen Graham (“Peaky Blinders”).

O roteiro é assinado por Paul Tomalin, conhecido por “No Offence” e “Torchwood”, e a produção corre por conta da equipe responsável por “Peaky Blinders”.

 

PATRULHA DO DESTINO 4 – PARTE 2 | HBO MAX

 

A equipe mais bizarra da DC retorna para concluir a série em seus seis últimos episódios. A narrativa retoma do ponto onde pausou em janeiro, trazendo de volta o time excêntrico de super-heróis que, após uma armadilha, perde sua imortalidade e precisa enfrentar o supervilão Immortus. A trama mergulha no tema da mortalidade, uma reflexão constante ao longo da série, agora trazida à tona pela ameaça de Immortus, equilibrando momentos de ação, humor e reflexões profundas sobre vida e morte.

Os capítulos exploram as consequências das decisões tomadas pelos membros da Patrulha do Destino, além de destacar suas interações e sentimentos mútuos. O destaque recai sobre os atores principais que, através de atuações convincentes, exploram a evolução emocional e os dilemas enfrentados pelos heróis, culminando em um clímax que ressalta a união e a aceitação de suas individualidades.

Desenvolvida por Jeremy Carver (“The Exorcist”), a série é estrelada por April Bowlby (a Stacy de “Drop Dead Diva”) como Mulher-Elástica, Diane Guerrero (a Martiza de “Orange Is the New Black”) como Crazy Jane, Joivan Wade (Rigsy na série “Doctor Who”) como Ciborgue, além de Brendan Fraser (“A Baleia”) e Matt Bomer (de “White Collar” e “American Horror Story”) como dubladores e intérpretes das cenas de flashback dos personagens Homem-Robô e Homem Negativo, respectivamente. Para completar, Michelle Gomez (“O Mundo Sombrio de Sabrina”), introduzida no terceiro ano como a vilã Madame Rouge, também segue no elenco como uma versão regenerada de sua personagem.

 

LOKI 2 | DISNEY+

 

A melhor série do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) retoma sua história do ponto em que foi interrompida em 2021, após Sylvie (Sophie Martino) enviar o universo para o caos ao esfaquear Aquele Que Permanece – a variante de Kang (Jonathan Majors) que criou a TVA (sigla em inglês para Autoridade de Variância Temporal) para proteger a Linha do Tempo Sagrada.

Como resultado, Loki (Tom Hiddleston) é transportado para a sede da TVA, mas no passado, e se vê preso num vortex temporal, que o faz ir e voltar no tempo sem parar. Para se salvar, ele precisa de ajuda de Mobius (Owen Wilson) e do novo personagem vivido por Ke Huy Quan (de “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”), um inventor/engenheiro/técnico de TI da TVA, enquanto a agência despacha tropas para exterminar Sylvie.

Além de Sylvie, outros membros da TVA, o próprio Kang e até a Senhorita Minutos, a mascote da TVA, estão perdidos no tempo, conduzindo os próximos episódios para uma aventura temporal e pelo multiverso. Os principais integrantes da 1ª temporada estão de volta, incluindo Hiddleston, Di Martino, Majors, Wilson, Gugu Mbatha-Raw (Renslayer), Wunmi Mosaku (Hunter B-15) e Tara Strong (dublando a Senhorita Minutos).

Roteirista da 1ª temporada e de “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, Michael Waldron continua à frente da atração, enquanto a direção dos novos episódios passou para a dupla Justin Benson e Aaron Moorhead, diretores de “Cavaleiro da Lua”.

 

FIM | GLOBOPLAY

 

Adaptação do livro homônimo da atriz e escritora Fernanda Torres, a nova série brasileira acompanhando as vidas de um grupo de amigos ao longo de quatro décadas, desde a juventude até a velhice. A trama inicia com a morte de Ciro, interpretado por Fábio Assunção (“Desalma”), o mais admirado do grupo, que encontra seu fim sozinho em uma cama de hospital. Na juventude, Ciro apaixona-se e casa com Ruth, personagem de Marjorie Estiano (“Sob Pressão”), que fica encantada pelo seu carisma. O grupo de amigos vivencia diversos momentos marcantes ao longo das décadas, incluindo festas, casamentos e separações, que são apresentados em quatro fases distintas de suas vidas, proporcionando uma visão abrangente de suas trajetórias pessoais e das mudanças ocorridas ao longo dos anos.

Fernanda escreveu “Fim” durante seu tempo livre enquanto trabalhava na série “Tapas e Beijos” (2011-2015). A mudança de cinco homens no livro para cinco casais na série é uma das transformações que expandem a trama, tornando a narrativa mais rica e diversificada. Além de autora do texto original, ela é criadora da série, assina o roteiro e faz uma participação especial na trama.

A direção é de Andrucha Waddington, marido de Fernanda, e Daniela Thomas, colaboradora de longa data da atriz – desde a filmagem de “Terra Estrangeira”, em 1994. O clima familiar se completa com a participação de Joaquim Waddington, filho de Torres e Waddington, que interpreta o filho de Marjorie Estiano e Fábio Assunção. Vale apontar ainda que Marjorie já trabalhou com o diretor em “Sob Pressão” e Fábio integrava o elenco de “Tapas e Beijos” ao lado de Fernanda.

O elenco também conta com Emilio Dantas (“Vai na Fé”), Bruno Mazzeo (“Escolinha do Professor Raimundo”), Laila Garin (“Deserto Particular”), Thelmo Fernandes (“Todo Dia a Mesma Noite”), Débora Falabella (“Depois a Louca Sou Eu”), David Júnior (“Bom Sucesso”) e Heloisa Jorge (“How To Be a Carioca”).

 

HOW TO BE CARIOCA | STAR+

 

A nova série de Carlos Saldanha, diretor das animações “A Era do Gelo”, “Rio” e “Ferdinando”, e criador de “Cidade Invisível”, traz Seu Jorge e outros atores mostrando a hospitalidade carioca para turistas gringos, em clima leve de comédia. A trama é baseada no livro da americana Priscilla Goslin, lançado em 1992, que descreve, de maneira cômica, hábitos e manias dos cariocas. Na adaptação, turistas da Alemanha, Argentina, Israel, Angola e Síria vivem aventuras durante experiências com a cultura local do Rio de Janeiro. São seis episódios de 40 minutos e cada um é apresentado como um manual de sobrevivência carioca.

O elenco também inclui Débora Nascimento, Douglas Silva, Nego Ney, Raquel Villar, Malu Mader, Heloísa Jorge, Dan Ferreira, Mart’Nalia, Sérgio Loroza, Nando Cunha, Verónica Llinás, Andrea Frigerio, Peter Ketnath, Ahmad Kontar, Swell Ariel Or, Lelis Twevekamba e a cantora Fernanda Abreu. Já a equipe de produção e criação é formada por Carlos Saldanha, Diogo Dahl (“Novo Mundo”) e Joana Mariani (“O Cheiro do Ralo”), com Saldanha assinando ainda a direção artística e Joana, a direção geral. Para completar, a trilha sonora traz Maria Gadú.

 

PLUTO | NETFLIX

 

O novo anime da Netflix é uma adaptação do aclamado mangá de Naoki Urasawa, que foi publicado entre 2003 e 2007, totalizando 8 volumes. Este trabalho foi uma homenagem a Osamu Tezuka, no ano que marcava o 40º aniversário da primeira série animada de TV do Japão, baseada no clássico de Tezuka, “Astro Boy” (Tetsuwan Atom). Urasawa reimaginou os personagens de “Astro Boy” em um cenário mais sombrio e contemporâneo, dando a eles profundidade e complexidade em uma narrativa que explora temas de identidade, consciência e coexistência entre humanos e robôs.

A narrativa é inspirada no arco “O Robô Mais Forte do Mundo”, criado por Tezuka em 1964, e gira em torno de Gesicht, um detetive robótico da Europol, investigando uma série de assassinatos misteriosos de robôs e humanos. Esses crimes têm sempre as mesmas características, sugerindo o padrão de um robô, o que desafia a paz estabelecida entre humanos e máquinas há quase uma década. Um dos personagens icônicos que surge para ajudar Gesicht em sua investigação é justamente Atom, conhecido internacionalmente como Astro Boy, um robô com capacidades sobre-humanas e uma personalidade infantil.

A adaptação vem mais de uma década após o fim da publicação do mangá, graças a uma colaboração entre os estúdios M2 e GENCO, com apoio do filho de Tezuka e com supervisão criativa do próprio Urasawa. A direção é de Toshio Kawaguchi em seu primeiro trabalho na função, após ser o animador de várias obras famosas, como os clássicos “Porco Rosso” (1992), “Neon Genesis Evangelion” (1995) e “Ghost in the Shell 2” (2004), e as mais recentes “O Conto da Princesa Kaguya” (2013) e “Mary e a Flor da Feiticeira” (2017).

 

PLANETA DOS ABUTRES | HBO MAX

 

A série sci-fi animada transporta o espectador para o planeta Vesta, onde sobreviventes de um desastre espacial encontram-se em um ambiente alienígena. Criada pelos novatos Joseph Bennett e Charles Huettner, a partir de um curta original, a atração é um convite para uma jornada de sobrevivência humana em meio a um mundo exótico e perigoso. Os episódios iniciais apresentam uma variedade de criaturas e recursos naturais estranhos, desde máscaras respiratórias orgânicas até sacos bioluminescentes utilizados como tochas, que desafiam a linha entre o que é considerado fauna e flora, e representam um desafio aos astronautas, determinados a escapar de suas armadilhas.

A ambientação e os detalhes biológicos de Vesta são pontos de destaque, com a arte caprichada e precisa criando um ambiente surreal, por vezes belo e por vezes brutal, repleto de predadores horripilantes e ecossistemas vívidos que desafiam a compreensão humana. A produção é extremamente visual e o apuro em sua concepção evoca a arte visionária do quadrinista francês Jean Giraud (1938-2012), mais conhecido como Moebius, em vez das influências tradicionais dos animes japoneses.

Com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, a aventura espacial está sendo considerada a melhor sci-fi do ano.