A atriz Letícia Sabatella precisou se desculpar publicamente após repostar uma notícia falsa grave sobre a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.
No último domingo (5/11), ela repostou um texto com informação claramente mentirosa: “A maior parte dos civis israelenses mortos no ataque terrorista do Hamas em 7/10/23 foi abatida por soldados israelenses”. Essa foi a data em que o Hamas invadiu a fronteira sul israelense, executou moradores da região e promoveu um massacre em um festival de música eletrônica em Israel.
Na segunda-feira, a Conib (Confederação Israelita do Brasil) emitiu uma nota de repúdio contra a artista: “A atriz postou mensagem questionando que o Hamas tenha sido autor das atrocidades cometidas pelo grupo terrorista no sul de Israel. Os terroristas do Hamas invadiram Israel em 7 de outubro 10 e mataram mais de 1.300 pessoas, incluindo crianças, mulheres, idosos e gestantes. Outras centenas de pessoas foram sequestradas, inclusive dezenas de crianças. Entre os mortos e sequestrados há cidadãos de mais de 20 nacionalidades, inclusive brasileiros”.
A entidade completou: “O pior massacre contra o povo judeu desde o Holocausto foi gravado e divulgado pelos próprios terroristas. Mensagens como essa de Sabatella são mentiras hediondas, dolorosas e ofensivas, verdadeiros obstáculos para a paz que todos almejamos”.
Pedido de desculpas
Nesta quarta-feira (8/11), Letícia Sabatella veio às redes sociais se desculpar pelo compartilhamento. Em sua defesa, ela disse: “Fui enganada”.
“Eu, Letícia Sabatella, venho a público para pedir desculpas pela postagem feita sobre a guerra entre Hamas e Israel. Errei gravemente ao citar dados que não condizem com a realidade em relação ao atentado terrorista praticado pelo Hamas em 7 de outubro. Fui enganada por uma informação falsa, por uma fake news, e assumo o erro de ter compartilhado e reproduzido”, iniciou seu comunicado.
“Peço reiteradas desculpas à comunidade judaica brasileira e ressalto que, tanto na minha vida pessoal quanto em minhas redes sociais, busco usar minha voz como pessoa pública para falar da construção de uma sociedade mais justa, com mais informação, amor e equilíbrio”, continuou.
Na sequência, Letícia afirmou que clama pela paz e fica consternada com o número de mortos no conflito: “Ao solidarizar-me com o profundo sofrimento ao qual os civis palestinos estão submetidos, preciso esclarecer que jamais banalizei as perdas de Israel. Os mortos, feridos e reféns feitos no ataque terrorista, sem precedentes, do Hamas igualmente me causam consternação”.
Ela completou introduzindo outro assunto polêmico: “Esta nota visa esclarecer que divulgar falas como as de Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, sobre os 16 anos do bloqueio ilegal de Israel terem transformado Gaza na maior prisão ao ar livre do mundo, pedindo ação da comunidade internacional para evitar que ela se transforme em um cemitério gigante, não faz de mim uma pessoa antissemita. Esta atitude só demonstra o meu compromisso de toda vida com a defesa dos direitos universais dos seres humanos, e, no caso, o direito à vida das crianças palestinas. Pois nada pode justificar este morticínio de tantos inocentes.”