O Conar advertiu nesta semana sete influenciadores, entre eles ex-participantes de “A Fazenda”, por promoverem uma campanha fraudulenta que usava o nome da Shein. O órgão recomendou a sustação de todos os anúncios das empresas Money Looks e da Vega Digital que prometiam dinheiro em troca de avaliações a roupas da varejista chinesa.
Vários consumidores se queixaram contra o golpe e a própria Shein afirmou que as ofertas eram uma fraude.
As advertidas foram Kerline Garcia, Mariana Menezes, Apoline, Emily Garcia, Nadja Pessoa, Pétala Barreiros e Yanka Barreiros. Juntas, elas somam mais de 35 milhões de seguidores no Instagram.
Explicações
Quatro das influenciadoras se manifestaram, alegando que apenas cumpriram o briefing enviado pelas anunciantes. Elas afirmaram que foram induzidas ao erro e que, após reclamações dos seguidores, suspenderam suas participações na campanha.
De forma diferente, Apoline (na época Davi Mateus, antes da transição de gênero) afirmou que sua indicação da plataforma Money Looks foi feita na qualidade de usuário, mas que deixou de utilizá-la quando entendeu melhor sua funcionalidade e que não irá mais indicá-la.
Advertência
Em seu parecer, a relatora do caso não isentou as influenciadoras, afirmando que “cabe ao influenciador (ou qualquer parte contratada) garantir que a atividade realizada por ele é lícita”.
“Era evidente que o briefing recebido descumpria tanto legislação consumerista aplicável, quanto o Código, ao expressamente afirmar que a comunicação publicitária não deveria ser identificada. Os influenciadores deveriam ter negado prestar seus serviços em tais condições. Ao influenciador cabe o mínimo dever de diligência na prestação dos seus serviços e nota-se que nesse caso, tal dever não foi cumprido”, acrescentou.
Por unanimidade, o Conar sugeriu a sustação agravada por advertência aos anunciantes e influencers. Ainda cabe recurso.
Defesa
Diante da acusação, a Vega Digital informou ter retirado a marca Shein dos seus anúncios e defendeu a lisura dos serviços que oferece.