Kim Petras, primeira cantora trans a liderar as paradas americanas, foi uma das poucas estreias no Brasil da programação do festival The Town, mas não se saiu tão bem quanto Wet Leg no sábado (9/9), banda menos conhecida e patologicamente tímida. A popstar alemã tem 31 anos, sendo 17 deles dedicados ao pop dançante.
Com um desempenho abaixo do esperado, ela não conseguiu transformar o autódromo de Interlagos em uma pista de dança efervescente, como era sua intenção. Em vez disso, sua performance encontrou uma audiência indiferente, composta principalmente por fãs de Bruno Mars, que preferiram permanecer sentados ou distraídos com suas selfies.
A cantora alemã apostou em canções com títulos provocativos, como “Treat Me Like a Slut” e “They Wanna Fuck”, e incluiu a interpretação de “Unholy”, seu maior sucesso, gravado com Sam Smith. Mas a falta de uma banda de apoio e mudanças de figurino entregaram um show de pouca ambição, que ainda enfrentou problemas técnicos, como falhas de microfone.
Petras se estabeleceu ao trabalhar com grandes nomes da produção musical, como Dr. Luke, Cirkut e Max Martin. Contudo, seu show deixa evidente a diferença entre o nível de produção em estúdio e sua performance ao vivo.
Para piorar, a falta de originalidade em seus arranjos e a performance amadora sucederam, de forma contrastante, o show consagrador de Pabllo Vittar, que aconteceu minutos antes num palco menor.