A cinebiografia “Mussum, o Filmis” foi o grande vencedor do Festival de Gramado de 2023, conquistando o Kikito de Melhor Filme na premiação da noite de sábado (19/8) na serra gaúcha.
Emoção do elenco
O filme que dramatiza a história de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum de “Os Trapalhões”, também premiou Ailton Graça como Melhor Ator por retratar o humorista e fundador do grupo Originais do Samba. Ao receber o troféu, ele não conseguiu segurar as lágrimas. “Meu primeiro”, disse o ator, que nunca havia ganhado um prêmio em sua carreira.
Ao todo, o primeiro longa-metragem dirigido pelo ator Silvio Guindane venceu seis troféus, inclusive de Melhores Atores Coadjuvantes para Yuri Marçal, intérprete de Carlinhos, a versão jovem de Mussum, e Neusa Borges. Marçal fez um discurso emocionado que levantou a platéia.
“Realmente é muito difícil de falar, eu não esperava de forma alguma por isso, mas eu não pretendo ser nem um pouco modesto”, começou o ator. “Na [faculdade de] Teatro e TV, em 2013, assim que eu estava para me formar eu ouvi a frase de um diretor que falou assim: ‘Eu tenho muita gente aqui querendo se formar, muita gente querendo ser ator. Mas uma das pessoas que eu tenho certeza que nunca vai poder ser é você, Yuri”, relatou, emocionado.
Afirmando que decidiu enfrentar o desafio, desabafou: “A mensagem do filme que mais me emocionou é uma que o Mussum fala no final […] onde ele conta sobre a mãe dele ter lutado a vida inteira para ele poder ter oportunidade. Então, quero agradecer neste momento à minha mãe, que eu sei que ela, mesmo sem estudo, batalhou muito para eu ter a oportunidade de fazer o que quiser, de eu poder ter o direito de escolha”, contou, ovacionado pela plateia.
A lista de troféus recebidos pelo “Filmis”, que estreia em 2 de novembro nos cinemas, completa-se com o Kikito de Melhor Trilha Sonora para Max de Castro e o prêmio de Melhor Filme na votação do Júri Popular.
Os demais prêmios
Entre os outros filmes, apenas dois foram premiados. E o campeão de troféus foi o cineasta Petrus Cariry, que ficou com três Kikitos por “Mais Pesado É o Céu”: Melhor Direção, Melhor Fotografia e Melhor Montagem (prêmio que dividiu com Firmino Holanda). Para completar, o filme rendeu à atriz Ana Luiza Rios um Prêmio Especial do Júri.
O Kikito de Melhor Atriz ficou com Vera Holtz por “Tia Virgínia”, de Fábio de Meira, que também recebeu os troféus de Melhor Roteiro (para Meira), Direção de Arte, Desenho de Som e do Júri da Critica.
Nas premiações específicas para filmes gaúchos, “Hamlet”, de Zeca Brito, incluindo Filme, Direção e Ator (para Frederico Restori), enquanto “Anhangabaú”, de Lufe Bollini, levou o Kikito de Melhor Longa-metragem Documental.
A edição do Festival de Cinema de Gramado foi marcada pela morte da atriz Léa Garcia na terça feira (25/8), que seria homenageada no evento aos 90 anos. A atriz receberia no dia seguinte à sua morte o troféu Oscarito pela sua contribuição ao cinema nacional. O prêmio acabou entregue a seu filho, Marcelo, juntando-se aos quatro Kikitos que a atriz recebeu em vida.
Lista de vencedores
Confira abaixo a lista de longas premiados no 51º Festival de Cinema de Gramado.
Longas-metragens Brasileiros
Melhor Filme: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane
Melhor Direção: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Ator: Aílton Graça, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Atriz: Vera Holtz, por “Tia Virgínia”
Melhor Roteiro: Fábio Meira, por “Tia Virgínia”
Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por “Mais Pesado é o Céu”
Melhor Trilha Musical: Max de Castro, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu, por “Tia Virgínia”
Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por “Mussum, O Filmis”
Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, “Mussum, O Filmis”
Melhor Desenho de Som: Rubem Valdés, por “Tia Virgínia”
Prêmio Especial do Júri: Ana Luiza Rios de “Mais Pesado é o Céu”
Júri da Crítica: “Tia Vírginia”, de Fábio Meira
Júri Popular: “Mussum, O Filmis”, de Silvio Guindane
Longas-metragens Gaúchos
Melhor Filme: “Hamlet”, de Zeca Brito
Melhor Direção: Zeca Brito, por “Hamlet”
Melhor Ator: Frederico Restori, por “Hamlet”
Melhor Atriz: Carol Martins, por “O Acidente”
Melhor Roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de “O Acidente”
Melhor Fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por “Hamlet”
Melhor Direção de Arte: Richard Tavares, de “O Acidente”
Melhor Montagem: Jardel Machado Hermes, de “Hamlet”
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por “Céu Aberto”
Melhor Trilha Musical: Rita Zart e Bruno Mad, por “Céu Aberto”
Júri Popular: “Sobreviventes do Pampa”, de Rogério Rodrigues
Longas-metragens Documentais
Melhor Filme: “Anhangabaú”, de Lufe Bollini