Jorge Aragão se emocionou no “Fantástico” do último domingo (13/8) ao falar sobre a luta contra o câncer. O cantor de 74 anos recebeu o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin em julho deste ano.
Na entrevista com Renata Ceribelli, o sambista revelou que teve a cabeça raspada por conta da queda de cabelo após duas sessões de quimioterapia. “Toda mudança física que eu estou tendo, que eu vou ter, cabelo caindo, a barba já está caindo, eu devo perder tudo”, apontou.
“Não conheço, não sei quem é o Jorge sem barba. Sou outra pessoa. Vou mostrar aqui para vocês”, disse o cantor emocionado ao tirar sua boina. “O choro faz bem. Faz bem. Esse sou eu. É um renascimento”, ele afirmou.
Jorge detalhou seus primeiros sintomas antes de ser diagnosticado com câncer e contou que teve medo de lidar com a doença do qual ele desconhecia. “Senti como se fosse um choque muito grande nas costas, e depois eu comecei a sentir uma dor na perna, deitado”, lembrou.
“Na sexta-feira eu tinha que viajar para poder cantar, no sábado de manhã estava internado, já com o diagnóstico. Minha cabeça não conseguiu até hoje assimilar tudo. Você estar com um linfoma não Hodgkin, palavras que eu nunca ouvi falar. Pavor, medo.”
O sambista também disse que retornou aos palcos por recomendação médica como parte de seu tratamento. A primeira apresentação foi tomada pela emoção de todos: “A gritaria que eu ouvia, aquela energia que subia, porque o pessoal ficou muito tempo gritando. Uma cama de orações e de energias boas, muito fortes para mim, que aí me fez caminhar até a frente do palco. Ali eu não aguentei”.
“Já fiz a segunda quimioterapia. Quando eu entro numa máquina dessas, de ficar muito mais de uma hora fazendo exames, só a música me abraça, me envolve, é um cobertor. Eu tô vivo!”, comemorou Aragão que leva a música como campanheira no hospital.
Apoio familiar
Na presença das filhas Tânia e Vânia Aragão, o cantor também se emocionou ao comentar sobre a celebração de Dia dos Pais. “A gente está comemorando hoje esse de uma forma totalmente diferente, mas muito mais agradecido. E imensamente mais fortalecido, porque eu vou continuar batalhando pra viver, pra compor”, disse ele.
“Elas dormiram comigo todos os dias, minha mulher também, porque tinha que revezar. Todas elas perceberam que era um momento que nem eu ia conseguir, que eu ia olhar pro lado e tinha que ver alguém, tinha que ter isso”, agradeceu Aragão.
Tânia Aragão, por sua vez, se mostrou emocionada ao avaliar o período de tratamento do pai. “É muito difícil ver a pessoa que a gente ama sentindo dor e lutando para estar bem e ali com a gente. Ele sempre foi o nosso super-herói, mas agora é a hora da gente cuidar dele”, disse ela. “Ele canta até para os enfermeiros, passava na maca cantando”, acrescentou.
Jorge Aragão vai continuar trabalhando para ter ânimo nos próximos cinco meses de tratamento. “Cantar sempre que for possível, não ligar pros malvados, perdoar os pecados… É assim que eu vou viver o tempo todo”, ele resumiu.