Atleta que inspirou filme “Um Sonho Possível” se revela “Larissa Manoela” americano

Michael Oher, ex-astro da NFL que inspirou o filme “Um Sonho Possível” (2009), revelou ter uma história similar a de Larissa Manoela nesta segunda-feira (14/8). Ele abriu um processo judicial contra a […]

Instagram/Michael Oher

Michael Oher, ex-astro da NFL que inspirou o filme “Um Sonho Possível” (2009), revelou ter uma história similar a de Larissa Manoela nesta segunda-feira (14/8). Ele abriu um processo judicial contra a própria família por ter sido passado para trás com seu dinheiro. A diferença é que, segundo os papéis, Oher foi adotado já tendo em vista virar investimento financeiro dos supostos pais. Segundo ele, a família branca Truohy também teria forjado a trama imortalizada nas telas, que rendeu um Oscar de Melhor Atriz para Sandra Bullock, intérprete de sua mãe no cinema.

Oher afirmou que os “pais” empresários, Sean e Leigh Anne Tuohy, nem sequer finalizaram o processo de adoção, embora o tenham levado para sua casa como estudante do ensino médio, de olho em seu talento esportivo, já evidenciado na época. Ele afirma que o casal o enganou para que ele assinasse uma autorização para torná-los seus tutores e realizar negócios em seu nome. A ação de 14 páginas foi apresentada em Shelby County, no Tennessee (EUA).

O ex-jogador de futebol americano também descreve que a família teria fechado acordo para o pagamento de milhões de dólares em royalties recebidos pelo filme baseado em sua vida, que arrecadou mais de US$ 300 milhões. Mas ele não ganhou nenhum centavo. Ele ainda afirma que a tutela “não lhe proporcionou nenhum relacionamento familiar com os Tuohys”.

No processo, o atleta afirma que cada um dos Tuohy, inclusive seus dois filhos, lucravam US$ 225 mil (mais 2,5%) dos lucros líquidos do filme, enquanto ele ficou a ver navios.

Segundo apuração da ESPN, Oher assinou um contrato em 2007 onde cedeu seus direitos de vida “sem qualquer pagamento”, mas ele afirmou não se lembrar do documento.

No tribunal, Oher pede por uma limitar que proíba a família de utilizar seu nome e imagem, além de exigir o fim da tutela judicial. Ele também espera uma contabilidade completa de seus lucros e o pagamento de uma “parte justa” mais “danos compensatórios e punitivos não especificados”.

 

Dos orfanatos para a NFL

Michael Oher é um de 11 filhos de uma mãe que lutava contra o vício em drogas. Aos 10 anos, ele foi colocado em um orfanato e passou a adolescência trocando de casas, além de ter passado por experiências de situação de rua.

Prodígio em esportes, Oher foi apresentado para o diretor de um colégio cristão no bairro de Memphis, nos Estados Unidos, que aceitou matriculá-lo. Ele logo se destacou no time da escola. Mas com os problemas de teto, costumava dormir na cada de colegas de classe, incluindo os Tuohys. Foi quando Sean e Leigh Anne decidiram “adotá-lo” através da tutela provisória.

Oher acabou se tornando um dos melhores atletas de futebol americano estudantil e recebeu várias ofertas para faculdades, tornando-se posteriormente um astro do esporte profissional.

Em um de seus livros, “I Beat the Odds” (2011), Oher disse que a família branca afirmava que a tutela significava “praticamente a mesma coisa que ‘pais adotivos’”.

Por anos, o ex-astro também questionou sua retratação no filme do diretor John Lee Hancock, já que a produção teria “pressumido que ele era mentalmente lento ou carecia de habilidades de liderança”, o que teria prejudicado sua imagem no esporte. Entretanto, ele era um líder no time e escreveu três livros.

Na semana passada, Michael Oher publicou seu terceiro livro de memórias onde expõe todas as mágoas com o passado. A obra aborda temas como “fama, futebol e lições aprendidas durante uma vida inteira de adversidade”.

Veja o trailer do filme “Um Sonho Possível”.