“Missão: Impossível 7” é a grande estreia da semana nos cinemas

Um dos filmes mais esperados do ano, “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” começa a ser exibido em 1,3 mil salas nesta quinta (13/7), acompanhado de elogios rasgados da crítica […]

Divulgação/Paramount Pictures

Um dos filmes mais esperados do ano, “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1” começa a ser exibido em 1,3 mil salas nesta quinta (13/7), acompanhado de elogios rasgados da crítica internacional e enorme expectativa do público. Tom Cruise fará o impossível ocupando mais de um terço do circuito brasileiro. Apesar disso, duas fantasias românticas também terão lançamento amplo: “O Portal Secreto”, com distribuição em mais de 300 telas, e a produção brasileira “Perdida”, que chega em 500. Confira a seguir todas as estreias da semana no cinema.

 

MISSÃO: IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE 1

 

Tom Cruise volta a impressionar os fãs de cinema no papel de Ethan Hunt, o agente incansável da MIF (Força Missão Impossível), que desta vez enfrenta um inimigo conhecido como a Entidade, um programa de inteligência artificial prestes a ganhar consciência e ameaçar a existência do mundo. Ao lado do protagonista, um elenco de apoio composto por Rebecca Ferguson, Ving Rhames, Simon Pegg, Vanessa Kirby e a nova adição, Hayley Atwell (a “Agente Carter”), junta-se para combater esta ameaça iminente.

A trama em si é mera desculpa para um impressionante desfile de cenas vertiginosas passadas num cenário global, que vão desde o deserto árabe até a capital italiana, sem esquecer os abismos da Noruega, enquanto Ethan e sua equipe envolvem-se em perseguições frenéticas de carros, saltos de paraquedas de tirar o fôlego e lutas em cima de um trem em disparada. A dedicação de Cruise e sua insistência em realizar suas próprias cenas de ação se traduzem em sequências que justificam o nome de “Missão: Impossível” – e que são uma característica definidora da franquia. Mas desta vez o filme não é apenas um festival de ação, pois também explora a paranoia mundial em torno da recente ascensão da inteligência artificial.

Unanimidade entre a crítica, com 98% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme também tem um desfecho trágico para os fãs da franquia, enquanto prepara o terreno para o que está por vir no próximo capítulo da saga.

 

O PORTAL SECRETO

 

A nova fantasia ao estilo “Harry Potter” é uma adaptação do romance de Tom Holt e se desenrola em JW Wells & Co, uma venerável corporação mágica londrina, responsável por orquestrar todos os incidentes diários de coincidência e imprevistos que ocorrem na vida urbana. Inicialmente, o recém-chegado estagiário Paul Carpenter (Patrick Gibson, de “Sombra e Ossos”) desconhece completamente a verdadeira função da empresa quando aceita o emprego. Diferente de sua colega novata Sophie (Sophie Wilde, de “Eden”), que possui habilidades empáticas, ele parece não ter talentos notáveis. Por isso, se sente aliviado quando o CEO da empresa (Christoph Waltz, de “Django Livre”) o encarrega de encontrar uma porta mágica que desapareceu em algum lugar da empresa. Mas, nessa busca, ele se vê constantemente surpreendido por essa espécie de Hogwarts corporativa, repleta de regras arbitrárias e objetos misteriosos.

Dirigido pelo experiente diretor de TV Jeffrey Walker (“H2O: Meninas Sereias”) e co-produzido pela Jim Henson Company (produtora dos “Muppets”), o filme também destaca em seu elenco o veterano Sam Neill (“Jurassic Park”) como um gerente impiedoso, que têm planos diferentes para o futuro do mundo. Com elementos de fantasia e comédia, “A Porta Portátil” também apresenta um toque de sátira e brinca com a ideia da porta capaz de conduzir à diferentes dimensões. No entanto, a história central gira em torno dos protagonistas e de seu envolvimento romântico, tornando o filme uma raridade dentro do cinema comercial familiar.

 

PERDIDA

 

Giovanna Grigio (“Rebelde”) estrela a adaptação do livro de Carina Rissi, que conta uma fantasia romântica com viagem no tempo. Na trama, Sofia (Grigio) é uma jovem moderna apaixonada por obras antigas, como os clássicos de Jane Austen. Ao tentar convencer uma editora a investir no nicho, ela acaba se frustrando com o pedido negado. Logo em seguida, a personagem é transportada para um mundo semelhante ao dos livros que tanto gosta, ambientados no século 19. Completamente perdida, Sofia conta com a ajuda do encantador Ian Clarke (Bruno Montaleone, de “Verdades Secretas”) para resolver o mistério por trás de sua chegada naquele lugar – enquanto vive seu próprio romance de época.

Primeiro longa dirigido por Katherine Chediak Putnam e Dean Law (do curta “Inferno”), o elenco ainda conta com Nathália Falcão (“Desalma”), Bia Arantes (“Órfãos da Terra”), Sérgio Malheiros (“Um Natal Cheio de Graça”), Hélio de la Peña (“Conversa Piada”) e Luciana Paes (“Galeria Futuro”).

 

A NOITE DO DIA 12

 

O thriller vencedor de seis prêmio César (o Oscar da França), incluindo Melhor Filme francês do ano, é a investigação de um crime real: o assassinato de Clara, uma estudante de 21 anos (interpretada por Lulu Cotton-Frapier, de “Instituto Voltaire”), que é morta de forma brutal no interior do país. Após sair da casa de sua melhor amiga em uma festa do pijama, ela decide voltar para casa sozinha às 3 da manhã, sendo atacada por uma figura encapuzada que a queima viva.

O caso é entregue à polícia de Grenoble, liderada pelo recém-promovido Capitão Yohan Vivès (Bastien Bouillon, de “A Garota Radiante”), um jovem reservado e de comportamento neutro, que tem como parceiro o veterano Marceau (interpretado por Bouli Lanners, de “Adeus, Idiotas”) de temperamento explosivo. Ao longo da investigação, são apresentados diversos suspeitos, cada um mais sinistro que o outro, mas todos acabam descartados por serem óbvios demais, mantendo a audiência sempre na expectativa de uma solução.

A obra do cineasta Dominik Moll (“Eden”) utiliza a narrativa não apenas para solucionar o mistério, mas também para explorar as dinâmicas e hipocrisias existentes dentro da própria força policial. O filme sugere que o assassinato de Clara, além de uma tragédia pessoal, é um reflexo das dinâmicas sociais e do sexismo. Embora a investigação seja o foco central, as ambiguidades e o clima sombrio da história refletem a realidade crua, afastando-se das convenções típicas das histórias de crime.

 

HERÓI DE SANGUE

 

O drama de guerra explora a história não muito difundida dos Tirailleurs Senegaleses – regimentos de africanos colonizados que foram forçados a servir no exército francês durante a 1ª Guerra Mundial. Dirigido por Mathieu Vadepied (“La Vie en Grand”), acompanha um pai (interpretado por Omar Sy, de “Lupin”) que voluntariamente se alista para proteger seu filho (interpretado por Alassane Diong, de “O Rei das Sombras”), no auge da sangrenta Batalha de Verdun.

Bakary, um pacífico pastor em Senegal, se vê no meio da guerra quando seu filho de 17 anos é recrutado pelo exército francês. Para salvaguardar a vida de Thierno, Bakary também se alista, levando a dupla para as trincheiras da 1ª Guerra Mundial. O tenente francês branco, Chambreau (interpretado por Jonas Bloquet, de “1899”), nomeia Thierno como cabo após um ato heroico na batalha, colocando-o numa posição curiosa, comandando um esquadrão que também inclui seu próprio pai. Enquanto isso, Bakary faz todo o possível para ambos escaparem.

Além da representação visceral do campo de batalha, o filme apresenta momentos intensos de conflito entre duas gerações, simbolizados pelas visões contrastantes de Bakary e Thierno. Enquanto Bakary sonha em retornar ao Senegal e retomar sua vida pacífica como pastor de gado, Thierno começa a vislumbrar a possibilidade de construir uma nova vida na França. Ao mesmo tempo, o filme destaca-se pela maneira como toca em temas de colonialismo e imperialismo durante a guerra.

 

LUZ NOS TRÓPICOS

 

A cineasta franco-colombiana Paula Gaitán (“Exilados do Vulcão”) conta 4 horas de histórias paralelas, separadas por 150 anos no Tempo, num mesmo espaço fluvial. O filme se desdobra em torno da jornada de um jovem indígena, interpretado por Begê Muniz, que parte em busca de sua ancestralidade Kuikuro, numa viagem pelo Parque do Xingu até as águas do Pantanal. Esta narrativa é entrelaçada com cenas que retratam a rotina de colonizadores franceses e portugueses explorando a floresta amazônica, que oferecem perspectivas contrastantes em idiomas português, francês, kuikuro e outros.

Gaitán é conhecida por sua habilidade em mesclar registros documentais e ficcionais. “Luz nos Trópicos” convida o espectador para uma jornada de metamorfoses, apresentando uma mistura de imagens de arquivos, película, Super 8, 16mm, documentação dialógica, experimentação pictórica e rítmica, cinema de fluxo e cortes rápidos. E inclui até uma performance musical de batuques liderada por Arrigo Barnabé, que interpreta um dos estrangeiros da trama.

Reconhecido em vários festivais de cinema, o longa longuíssimo foi exibido na 70ª edição do Festival de Berlim e venceu o 9º Olhar de Cinema, mostra de cinema independente de Curitiba.