A atriz Josephine Chaplin, filha do mestre do cinema mudo Charles Chaplin, faleceu no último dia 13 de julho em Paris, aos 74 anos. A informação foi divulgada pela família da atriz ao jornal francês Le Figaro nesta sexta-feira (21/7). Entretanto, seus filhos Charlie, Julien e Arthur não revelaram a causa da morte.
Josephine seguiu os passos do pai no mundo artístico e conquistou uma carreira própria nas telas. Sua primeira aparição foi justamente em um dos filmes de Chaplin, o drama musical “Luzes da Ribalta” (1952), como uma criança que aparece na cena de abertura.
Ela também apareceu brevemente no último filme de Chaplin, o romance “A Condessa de Hong Kong” (1967), ao lado das irmãs Geraldine e Victoria. Josephine teve nada menos que 9 irmãos, e nasceu do quarto casamento de Chaplin, com a atriz britânica Oona O’Neill.
Clássicos, cults e filmes trash
Nascida na cidade de Santa Monica, na Califórnia, em 1949, a atriz ficou mais conhecida pelo seu trabalho em diversas produções na França, onde passou grande parte da sua vida.
Após as duas aparições nos filmes do pai, ela participou do drama político “L’odeur des Fauves” (1972) (O cheiro de animais selvagens” em tradução livre), dirigido pelo francês Richard Balducci. No mesmo ano, ainda estrelou mais outras duas produções: o thriller anti-comunista “A Grande Fuga do Comunismo”, de Menahem Golan, e teve seu primeiro papel substancial no clássico “Os Contos de Canterbury”, dirigido por Pier Paolo Pasolini. A trama reunia contos eróticos sobre um grupo de peregrinos que viaja rumo à Catedral de Canterbury, na Inglaterra, em uma longa caminhada que dura dias. Josephine interpretou May, a esposa adúltera do idoso Sir January (Hugh Griffith).
Em 1974, Josephine apareceu em duas adaptações francesas do clássico “Os Três Mosqueteiros”, dirigidas por André Hunebelle, no papel de Constance, confidente da rainha e interesse amoroso de D’Artagnan. E em seguida, enveredou pelos suspenses baratos, estrelando “Noites Vermelhas” (1974), de Georges Franju, e “Jack, O Estripador”, assinado pelo cultuado cineasta trash Jesús “Jess” Franco.
Os filmes baratos a levaram à TV francesa, onde estrelou minisséries e telefilmes, voltando ao cinema apenas uma década depois na produção franco-canadense “Virando Adulto” (1984). Ela também foi escalada por Claude Chabrol em “Um Tira Amargo” (1985). Mas logo retomou os trabalhos televisivos, destacando-se pelo papel de Hadley Richardson, a primeira esposa do escritor Ernest Hemingway, na minissérie “Hemingway” (1988), estrelada por Stacy Keach.
Fim da carreira
Sua última aparição nas telas foi no longa de ação “Downtown Heat” (1994), novamente dirigida por Jesús Franco. Filme de vingança, girava em torno de um compositor de jazz que teve a esposa assassinada por traficantes de drogas.
Em paralelo à carreira como atriz, Josephine administrou um escritório de Charles Chaplin em Paris em nome de seus irmãos ao longo dos anos e ainda patrocinou uma estátua do pai em Waterville, na Irlanda, onde sua família costumava passar as férias.
Ela foi casada duas vezes, sendo a primeira união com o empresário grego Nikki Sistovaris, entre 1969 a 1977. Depois do divórcio, ela viveu com o ator francês Maurice Ronet até a morte dele em 1983, casando-se pela segunda vez em 1989 com o arqueólogo Jean-Claude Gardin, que faleceu em 2013.