Conheça o truque de marketing por trás do sucesso global de “Barbie”

“Barbie” é o grande sucesso do ano. Bastou um fim de semana para deixar claro que o filme dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie é um fenômeno. Mas para […]

Divulgação/Warner Bros

“Barbie” é o grande sucesso do ano. Bastou um fim de semana para deixar claro que o filme dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie é um fenômeno. Mas para chegar nesse ponto, a produção contou com muito marketing, numa das campanhas mais bem-sucedidas dos últimos tempos. O detalhe é que, ao contrário do que costuma acontecer, muitos famosos fizeram campanha de graça. E não faltaram empresas que até pagaram para divulgar o filme.

Executivos de estúdios rivais estimam que a Warner gastou US$ 150 milhões para promover “Barbie”, mais que custou produzir o filme, orçado em US$ 145 milhões. Mas o retorno do investimento pode ser verificado com a superação das expectativas de sua bilheteria, com impressionantes US$ 337 milhões arrecadados no fim de semana de estreia em todo o mundo.

Além disso, boa parte dos custos foram pagos por parcerias. A estratégia incluiu uma série de produtos, que vão desde um Xbox fúcsia até um moletom cropped da Balmain de US$ 1.350, além de uma casa dos sonhos da Barbie na vida real, disponível para reserva no Airbnb, e um cruzeiro temático da boneca.

 
Divulgação espontânea

Em entrevista à Variety, Josh Goldstine, presidente de marketing global da Warner Bros., compartilhou que a estratégia de marketing foi uma combinação de mídia paga e espontânea. Após a campanha estimular a conversa, em seguida a divulgação assumiu vida própria, com memes, vídeos do TikTok, tendência de influenciadores e parceiros comerciais loucos para entrar no negócio.

“Vimos isso como uma estratégia de migalhas de pão, onde demos às pessoas pequenos elementos do filme para estimular a curiosidade, pode estimular conversa. Em cada campanha, há elementos de mídia espontânea [como o buzz das redes sociais] e mídia paga [como um trailer]. Acreditávamos que esta marca tinha a oportunidade de gerar uma mídia espontânea forte. Algumas das escolhas que fizemos estimularam isso. Então, realmente assumiu uma vida própria”, ele avaliou.

O executivo confessou ter adorado a criatividade dos memes, que não pouparam nem sua equipe. “Alguém tirou uma foto de um entardecer roseado e agradeceu o trabalho do departamento de marketing da Warner Bros. Eu achei isso muito divertido”.

 
Modismo

Goldstine também falou sobre algumas das parcerias menos óbvias, como Crocs ou Flo da Progressive Insurance. Ele explicou que algumas dessas parcerias foram acordos de licenciamento com a Mattel e outras foram marcas que decidiram fazer parte do esquema de cores do filme e fecharam com a Warner.

Ele também mencionou o impacto da promoção com o Airbnb, onde uma mansão gigante em Malibu, na Califórnia, foi transformada em uma moderna Casa dos Sonhos da Barbie. E ainda destacou como grifes de roupa buscaram a Mattel para fechar licenciamentos.

“A moda, francamente, pulou no trem. As marcas queriam se tornar parte disso porque viram que o filme estava encontrando seu caminho na cultura de uma maneira muito dinâmica. [Neste ponto] Deixou de se tornar uma campanha de marketing e assumiu a qualidade de um movimento.”

 
Desafios e conquistas

A campanha de marketing de “Barbie” também teve seus desafios. Goldstine mencionou que houve preocupações sobre a paródia de “2001: Uma Odisseia no Espaço”, um filme de 1968, passar despercebida pelo público-alvo do filme. No entanto, a equipe de marketing queria desafiar as pessoas e criar algo provocativo.

“Queríamos desafiar as pessoas. Queríamos fazer algo provocativo. As pessoas tinham preconceitos. Pensamos que, ao sacudi-los, poderíamos criar uma tremenda quantidade de curiosidade”, avaliou.

Deu certo. O público quis saber que filme, afinal, era “Barbie”, já que parecia ser tudo menos um filme da Barbie.

Mas apenas o marketing não seria suficiente para manter o público interessado após as primeiras sessões. Se o filme não fosse bom, as bilheterias desabariam após a estreia. Entretanto, “Barbie” ganhou nota A no CinemScore (pesquisa feita na saída dos cinemas dos EUA) e 90% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. Quem viu, aprovou, e isso só aumenta a campanha espontânea a favor do filme.