O trabalho do educador Paulo Freire (1921-1997) vai virar filme, com Wagner Moura (“Narcos”) no papel principal. O longa-metragem, intitulado “Angicos”, vai contar a história do experimento pedagógico que Freire realizou em 1963, na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, onde alfabetizou cerca de 300 pessoas em apenas 40 horas.
A cinebiografia está sendo roteirizada pelo diretor Felipe Hirsch (“Severina”) e conta com consultoria da família do educador, além do apoio do Instituto Paulo Freire.
Paulo Freire foi um educador brasileiro que teve uma enorme influência na educação não só do Brasil, mas do mundo todo. Ele foi o criador da Pedagogia do Oprimido, uma teoria educacional que se baseia na conscientização política dos alunos e na valorização da cultura popular. Freire acreditava que a educação é uma forma de libertação, capaz de transformar a sociedade.
O filme “Angicos” será uma homenagem ao Patrono da Educação Brasileira e uma oportunidade para conhecer mais sobre a vida e obra desse importante educador, que chegou a ser considerado subversivo durante a ditadura militar no Brasil, pois suas ideias e práticas pedagógicas iam contra a visão de mundo do regime autoritário. Seu livro “Pedagogia do Oprimido” foi banido e seus métodos de alfabetização de adultos foram vistos como uma ameaça pela ditadura, que chegou a prendê-lo em 1964.
Freire ficou exilado durante vários anos e só retornou ao Brasil após a redemocratização. Embora suas ideias sobre educação crítica e libertadora sejam amplamente estudadas e aplicadas em todo o mundo, ele ainda é visto como ameaça pela extrema direita brasileira, e seu legado sofreu represálias durante o governo de Jair Bolsonaro. O então ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou publicamente que o educador “não era compatível” com o Brasil. Além disso, houve tentativas de censurar a distribuição de livros de Paulo Freire nas escolas públicas, bem como de retirá-lo do rol de patronos da educação brasileira.
Ainda não há previsão de lançamento do filme.