Silvio de Abreu anunciou nesta terça-feira (14/3) que se desligou oficialmente da área de dramaturgia da HBO Max. Ex-chefão da Globo, o autor de “Belíssima” (2005) foi uma das apostas para alavancar a produção de “telesséries” (nome que não pegou para as novelas no serviço de streaming). Ele deixa o cargo após um ano e meio de trabalho para se dedicar a outros projetos. “Preferi sair para trabalhar em outros projetos sem exclusividade”, explicou o novelista ao colunista Flávio Ricco.
A saída de Silvio acontece num cenário de incertezas dentro da HBO Max. A promessa era de um grande investimento para a produção de conteúdos, mas a fusão da WarnerMedia e Discovery, que resultou na Warner Bros. Discovery, mudou radicalmente o cenário.
Ele rescindiu o contrato sem conseguir realizar seu projeto: colocar de pé o departamento de novelas, que não saiu do papel, apesar de anunciado desde o dia em que ele passou a comandar a área. O produtor tentou emplacar “Beleza Fatal”, a primeira novela da HBO Max, concebida por Raphael Montes (“Bom Dia, Verônica”) e que já está inteiramente escrita.
O projeto ficou na geladeira por mais de um ano, a ponto de ter mudado até de título. Anteriormente batizada de “Segundas Intenções”, agora se chama “Beleza Fatal”. E, segundo rumores, depois do Globoplay lançar “Todas as Flores” com sucesso no streaming, a Warner se animou novamente e o projeto voltou a ser pauta na HBO. Só que, do elenco original da trama, só Camila Pitanga se manteve como protagonista. Todos os demais atores desistiram, diante da suspensão da produção – entre eles, nomes como Antonio Fagundes, Reynaldo Gianecchini, Alice Wegmann e Camila Morgado.
Até as atrizes Iza Prado e Larissa Bocchino, que venceram um concurso realizado no “Faustão na Band” para escolher integrantes da trama, são uma incógnita. A própria HBO propôs a elas uma outra premiação.
Antes do acerto com a HBO Max, Silvio de Abreu trabalhou durante 42 anos no Grupo Globo. Além de escrever grandes sucessos, conduziu o departamento de dramaturgia da empresa, organizando as filas de todos os horários e promovendo o lançamento de vários autores.
Por coincidência, sua saída da HBO Max aconteceu no mesmo dia em que o chefão da Globo deixou a emissora. Ricardo Waddington, um dos algozes do novelista durante sua gestão na emissora carioca, deixou o cargo de diretor de entretenimento e foi substituído por Amauri Soares.