A 95ª edição do Oscar, que acontece neste domingo (12/3), em Los Angeles, pode quebrar vários recordes históricos para atores e estúdios de Hollywood. Há mais de uma dezena de possíveis feitos capazes de marcar a transmissão do evento, desde o ator mais novo até o artista mais velho premiado pela Academia, sem falar na representatividade asiática, conquistas de estúdio e vitórias pessoais.
O Oscar de 2023 pode transformar Michelle Yeoh na primeira asiática a conquistar o Oscar de Melhor Atriz. Indicada por seu trabalho em “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, a intérprete é nascida na Malásia e também pode se tornar a segunda atriz não-branca a vencer a principal categoria de atuação feminina. A conquista viria 22 anos após Halle Berry vencer o Oscar por “A Última Ceia”, em 2021. Naquela ocasião, ela se tornou a primeira (e única) mulher negra a vencer na categoria.
Astro mirim dos anos 1980, Ke Huy Quan pode consagrar seu retorno triunfal aos cinemas, após sumir nos anos 1990, com “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”. Após varrer a maioria das principais premiações da indústria, sua vitória já é dada como certa na categoria de Melhor Coadjuvante e pode torná-lo o primeiro ator nascido no Vietnã a ganhar um Oscar. Caso ele e Michelle saiam premiados, os dois entrarão para a história do Oscar como os dois únicos atores asiáticos que venceram o Oscar no mesmo ano.
Mesmo se Quan não vencer, outo recorde pode ser quebrado na categoria. Judd Hirsch, de 87 anos, está concorrendo por seu papel em “Os Fabelmans” e pode se tornar o vencedor mais velho do Oscar em uma categoria de atuação.
A indicação de Hirsch ocorre 42 anos após sua primeira disputa na categoria de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme “Pessoas Comuns” (1980). Sendo assim, Hirsch supera o recorde que anteriormente era de Henry Fonda (“Era Uma Vez no Oeste”), que esperou 41 anos para ser novamente indicada ao Oscar.
Adrien Brody (“A Crônica Francesa”) ainda detém o título de homem mais jovem a vencer o Oscar de Melhor Ator por sua atuação em “O Pianista”. Em 2002, ele tinha 29 anos. Se Paul Mescal, indicado por “Aftersun”, vencer neste domingo, ele estabelecerá um novo recorde com 27 anos de idade.
Com sua indicação de Melhor Atriz Coadjuvante por “Pantera Negra: Wakanda para Sempre”, Angela Bassett conquistou sua segunda indicação ao Oscar e fez história como a primeira atriz a concorrer por um filme da Marvel. Até então, apenas dois homens, Joaquim Phoenix (“Coringa”) e Heath Ledger (“Batman: O cavaleiro das trevas”), conquistaram o Oscar por filmes de super-heróis, mas ambos do universo da DC.
O A24, responsável por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” e “A Baleia”, tem a chance de fazer história como o primeiro estúdio a vencer Melhor Filme, Melhor Diretor e todas as quatro categorias de atuação. Para que isso aconteça, porém, seria necessário haver uma grande reviravolta nas apostas.
Enquanto a maioria prevê que o “Tudo em Todo o Lugar” ganhe os principais prêmios da noite e Brendan Fraser vença seu primeiro Oscar por “A Baleia”, a favorita a Atriz Coadjuvante era Angela Bassett. Entretanto, suas chances diminuírem quando Jamie Lee Curtis venceu o SAG por “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”. Se Curtis conseguir o prêmio, o recorde ficará nas mãos da A24.
Entre as demais categorias, o prêmio de Melhor Fotografia continua sendo o único nunca conquistado por uma mulher. Mas neste ano, Mandy Walker, que está indicada por “Elvis”, tem tudo para quebrar esse recorde. Ela é apenas a terceira mulher a ser indicada ao Oscar como cinematógrafa.
Recentemente, Mandy se tornou a primeira mulher a ganhar o prestigiado prêmio do Sindicato dos Diretores de Fotografia (ASC). No entanto, a maioria das previsões apontam uma suposta vitória de Daniel Kwan e Daniel Scheinert por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”. Nesse caso, eles se tornariam a terceira dupla a vencer o prêmio. Antes deles, Jerome Robbins e Robert Wise venceram por “Amor, Sublime Amor” (1961) e Joel e Ethan Coen conquistaram a estatueta por “Onde os Fracos Não Têm Vez” (2007).
John Williams, que disputa Melhor Trilha Sonora por “Os Fabelmans” aos 90 anos, já é o candidato mais velho de todos os tempos da premiação. Se ele ganhar seu sexto Oscar, estabelecerá novo recorde como o vencedor mais velho de um Oscar, tirando o feito de James Ivory – que tinha 89 anos quando ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado por “Me Chame pelo Seu Nome” (2018).
Parceiro de longa data de John Williams, Steven Spielberg, de 76 anos, também disputa como diretor mais velho a vencer o Oscar. Se for consagrado por “Os Fablemans”, ele superará Clint Eastwood, que tinha 74 quando levou a estatueta por “Menina de ouro” (2004). Indicado nove vezes na categoria, Spielberg já saiu vitorioso em duas ocasiões – por “O Resgate do Soldado Ryan” (1999) e “A Lista de Schindler” (1994)
Por fim, a compositora Diane Warren detém um recorde pouco lisonjeiro. Ela disputou Melhor Canção Original 14 vezes e nunca venceu. Nenhuma mulher na história do Oscar recebeu tantas indicações em qualquer categoria sem vencer.
Compositora de sucesso, ela é responsável por melodias e canções icônicas, que fizeram sucesso nas vozes de artistas como Céline Dion (“Because You Loved Me”), Lady Gaga (“Til It Happens To You”), Faith Hill (“There You’ll Be”) e Aerosmith (“I Don’t Want to Miss a Thing”), entre outros.
Em 2023, ela está indicada pela música “Applause”, do longa “Tell It Like a Woman”, que não é a favorita da competição. Caso volte a perder, Diane deve incrementar seu recorde negativo de maior perdedora da história do Oscar.