Fred Nicácio reforça discurso racial no BBB 23: “Quero um pódio todo preto”

Recém-repescado na casa do “BBB 23″, Fred Nicácio contou aos brothers sobre a vez em que foi vítima de racismo religioso dentro do programa. Na madrugada desta sexta-feira (24/3), o médico aproveitou […]

Divulgação/Globo

Recém-repescado na casa do “BBB 23″, Fred Nicácio contou aos brothers sobre a vez em que foi vítima de racismo religioso dentro do programa. Na madrugada desta sexta-feira (24/3), o médico aproveitou o desabafo para fazer um discurso racial importante.

No quarto, o médico se reuniu com os aliados do Aquário/Fundo do Mar e retomou a gravidade da violência vivida por pessoas pretas. “Nós somos violentos e agressivos, enquanto pessoas brancas, que têm o dobro do nosso comportamento, são decididos, legais e positivos”, pontuou Nicácio.

Em seguida, Fred levantou as atitudes de Bruna Griphao em algumas ocasiões, como quando a atriz aumenta seu tom de voz nas dinâmicas do “BBB 23”. “Imagina a Sarah [Aline] tendo metade do linguajar que a Bruna tem? Imagina como ela seria lida: Como a preta violenta, agressiva, barraqueira”, disse.

“Isso é racismo. Imagina eu perseguindo uma pessoa branca como o Cara de Sapato me perseguiu. Eu fui chamado de opressor para baixo”, lembrou o médico. “Isso é racismo estrutural. Eles [pessoas brancas] podem não ter a consciência, mas é isso que acontece.”

Fred Nicácio acrescentou que casos raciais precisam ser debatidos: “Vão ter que nos ouvir falando de nossas dores que são geradas por pessoas brancas, pela branquitude. É hora de ouvirem abertamente sobre racismo. O tempo todo, enquanto acontecer! Porque a gente é alvo disso o tempo todo. Não vamos mais nos calar e nem falar em códigos. Vamos falar entre nós o que é nosso, vamos falar abertamente para quem criou o constrangimento.”

O médico ressaltou para Sarah Aline que eles não devem falar em códigos quando se trata de racismo, tampouco amenizar as situações. Nas últimas semanas, a sister deixou claro que tinha medo de abordar o tema e o público não gostar da “militância”.

“Se tiver que aquilombar, eu vou até o fim, e foi o que tentei fazer até quando saí por aquela porta. Agora que voltei, não vou deixar que não aconteça. Eu vou fazer com que minha missão aconteça”, afirmou Nicácio.

“A gente não tem mais que falar em códigos sobre racismo. Esse constrangimento não é nosso, é de quem criou. Eu vou devolver cada constrangimento para quem criou. Chega da gente ficar falando em código sobre racismo, falar cochichando, falar baixo… Não vamos mais!”

Após toda análise estrutural de jogo, Fred Nicácio sugeriu que os aliados tentem fazer com que três pessoas pretas cheguem no TOP 3. “É muito importante a gente entender uma coisa, eu proponho e eu quero um pódio todo preto. Primeiro, segundo e terceiro lugar, isso é reparação histórica. Não importa quem, importa que seja um dos nossos”, pediu.

“Precisamos jogar juntos sobre isso. Precisamos entender que o Big Brother é uma fatia e uma expressão da realidade da sociedade. Então, se existe racismo lá fora, existe aqui dentro”, disparou o médico. “Eu não voltei aqui pra poder continuar sendo discreto com as relações raciais. O meu objetivo já foi alcançado, todo mundo viu e tá vendo o que acontece aqui dentro”, completou.