A onda de revisões editoriais em clássicos literários chegou à popular série de terror infantil “Goosebumps”, de RL Stine. O próprio escritor pediu à editora Scholastic que fizesse as mudanças, após ver que a Penguin alterou obras de Roald Dahl (autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”) para eliminar vestígios de linguagem considerada inadequada nos dias de hoje.
Um exemplo de revisão pedida por RL Stine aconteceu em um livro onde alienígenas abduziram pessoas altas. Enquanto no livro original eles foram descritos como tendo “pelo menos seis queixos”, a versão revisada agora diz que as pessoas têm “pelo menos um metro e oitenta”.
Outras mudanças incluem a forma como o boneco ventríloquo Slappy deixava uma garota inconsciente com um “toque de amor”, e agora o vilão usa um feitiço mágico. Também houve cortes, como a comparação de uma situação com a escravidão, uma linha em que alunas eram descritas como tendo “paixões” pelo diretor da escola e uma referência a rappers da MTV na descrição visual de um personagem negro. Além disso, a frase de um menino que chamou ‘Anna Karenina’ de “coisas de menina” foi trocada por “não é interessante”.
Quando a Penguin tomou a iniciativa de trocar palavras e fazer cortes nas obras de Roald Dahl, houve muitas reclamações, mas em seguida os detentores dos direitos aos livros de 007, escritos por Ian Fleming, anunciaram que fariam o mesmo. Com a inclusão de RL Stine, a tendência ganha ainda mais impulso.
No entanto, a Penguin anunciou que vai disponibilizar duas versões diferentes dos livros de Dahl, dando aos leitores a opção de escolher se querem ler a versão mais adequada para os dias de hoje ou o texto original. RL Stine quer que apenas a versão atualizada mereça relançamentos.