Governador da Flórida assume controle de região que pertencia à Disney desde 1967

O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou na segunda-feira (27/2) o projeto de lei que pôs fim ao autogoverno dos parques da Disney em Orlando. “O reino corporativo chega finalmente ao fim”, […]

Unsplash/Kenrick Mills

O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou na segunda-feira (27/2) o projeto de lei que pôs fim ao autogoverno dos parques da Disney em Orlando. “O reino corporativo chega finalmente ao fim”, disse DeSantis, na assinatura do projeto de lei no corpo de bombeiros de Lake Buena Vista.

Em 10 de fevereiro, o Congresso da Flórida aprovou o projeto de lei de DeSantis para que o Estado assumisse o Reedy Creek Improvement District, que vinha funcionando de forma autônoma desde 1967. É lá que funciona a Disney World.

A partir de agora, o distrito especial está nas mãos de um conselho de cinco supervisores escolhidos pelo próprio governador, todos republicanos e conservadores.

DeSantis e a Disney se desentenderam no ano passado quando o estúdio criticou uma lei promovida por DeSantis, conhecida como “Don’t say gay”, que proíbe abordar questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero nas escolas primárias da Flórida sem o consentimento dos pais.

Como represália por essas críticas, o governador anunciou em abril do ano passado uma lei para eliminar o distrito especial da Disney, que dava autonomia administrativa para a empresa e isenção de impostos.

A companhia, que emprega mais de 75 mil pessoas na Flórida, administrava esse distrito de 100 km² como uma prefeitura local desde a década de 1960, realizando seus próprios serviços públicos essenciais, como coleta de lixo e tratamento de água. Em virtude da nova lei, o distrito, pela primeira vez, terá de comunicar o seu orçamento e finanças ao Estado, terá que pagar alguns (mas não todos) impostos e enfrentará restrições em novas construções.

Contudo, o distrito manterá o poder sobre o planejamento, zoneamento, códigos de construção e segurança, e o atual estatuto de isenção de impostos para diversas obrigações.

O autodenominado “lugar mais feliz da Terra” tinha um estatuto especial que lhe permitiu espalhar suas construções para meia dúzia de parques temáticos, um centro esportivo, um enorme centro comercial, 25 hotéis, a sua própria polícia, bombeiros e milhares de funcionários, numa área de quase 11 mil hectares nos condados de Osceola e Orange, no centro do estado.

Desantis falou nesta segunda-feira (27/8) sobre a sua “luta”, referindo-se à Disney como “uma empresa da Califórnia” que gozava de “privilégios” que mais ninguém tinha na Flórida.

“Se enveredarmos por esse caminho como corporação, esses não são os valores que queremos promover no estado da Flórida”, comentou DeSantis, que foi reeleito em 2022 para mais quatro anos. Em seu perfil no Twitter, o governador diz que a Disney “viverá sob as mesmas leis que todos os outros e pagará suas dívidas e uma parte justa dos impostos”.