Dicesar Ferreira, participante do “BBB 10”, revelou que a produção não poupava comentários homofóbicos nos bastidores do programa.
Segundo o maquiador, a equipe se incomodava com sua presença e disparava frases preconceituosos por trás das paredes. “Às vezes, eu estava bem pintosa dentro da cozinha fazendo comida. Daí eu escutava da parede o câmera… Posso falar? Eu escutava da parede: ‘Ai, meu Deus. Esse cara é viado até para fazer comida’. Eu escutava”, contou.
A parceria de Dicesar com Serginho Orgastic também eram alvo de homofobia descarada. “Tava eu e o Serginho conversando na sala, daí alguém falava na parede: ‘Put* que pariu! Meu Deus! Esses dois só falam de coisa de viado. Eles nunca tem um assunto de coisa de homem. Eles são viados mesmo’. Eu escutava isso!”, relatou.
“Uma vez, eu tava fazendo uma salada e fui enfeitando assim a salada. Eu escutei assim: ‘Eu não vou comer essa comida cheia de viadice’. Eu escutei isso”, recordou sobre os participantes.
O maquiador explicou que, na época, não dava para expor os casos de homofobia dentro da casa, mas ele tentava expressar o incômodo batendo na parede. “Não comentava, não podia falar. Então, eu só batia na parede assim pra ver se eles calavam a boca, né?”, disse.
Em outra ocasião, Dicesar lamentou o tratamento recebido após se montar como a drag queen Dimmy Kieer. “Lá dentro do ‘Big Brother’ não era minha casa? Eu tinha que ser do jeito que eu sou na vida. Eu não vou ficar fazendo cena para agradar a produção, não é verdade?”, pontuou.
Dicesar Ferreira acredita que, após 13 edições, o reality se tornou mais acolhedor para a comunidade LGBTQIAP+. “Já mudou muito, a gente não escuta mais isso”, disse o maquiador.
“Eu acho que a cabeça do Boninho mudou muito. Ele é outra pessoa do tempo que eu participei, eu sinto. Ele tá muito mais aberto, muito mais internet, ele tá muito mais redes sociais”, ponderou.
No mês passado, o maquiador revelou que contraiu uma doença durante a estadia na casa mais vigiada do Brasil. “Olha, eu vou confessar para vocês que o ar-condicionado [da casa] é de matar. Eu peguei uma infecção no ouvido e precisei conviver com ela por anos por causa do ‘Big Brother Brasil’”, relatou.