O roteirista e dublador Justin Roiland, um dos criadores da série “Rick and Morty”, que foi acusado de violência doméstica pela ex-namorada, apresentava um comportamento abusivo nas séries em que ele trabalhou há anos. Segundo apurou o site The Hollywood Reporter, Roiland costumava assediar as roteiristas das séries que ele criou, além de atrapalhar o trabalho das outras pessoas.
Seu comportamento era tão errático que, em certo momento, Roiland teria trazido uma estrela pornô para a sala dos roteiristas de “Rick and Morty”, apenas com o intuito de exibí-la para os roteiristas. Ele também teria falado abertamente sobre fazer sexo a três com os colegas de trabalho e se envolveu em pelo menos um caso de suposto assédio sexual com uma das roteiristas da série.
O caso chegou a ser investigado pelo Cartoon Network, dono do Adult Swim (que exibe “Rick and Morty” nos EUA), mas não ficou claro se algo foi feito a respeito disso.
Os colegas de Roiland que falaram com o site, e que preferiram não se identificar, também disseram que ele “não teve presença criativa significativa em nenhuma das séries que levam seu nome”. Segundo relatos, Roiland faltava a reuniões, cancelava os compromissos em cima da hora, deixava as pessoas esperando ou chegava bêbado no trabalho.
Sua ausência é tão notável que diversos funcionários das séries que levavam o seu nome, como “Rick & Morty”, “Koala Man” e “Solar Opposites”, disseram que nunca o conheceram pessoalmente, e nem virtualmente.
Supostamente, Roiland também não tinha uma boa relação com o co-criador de “Rick & Morty”, Dan Harmon. A reportagem aponta que os dois já não se falavam mais, e nos poucos casos em que a comunicação era necessária, Harmon exigia a intervenção de um mediador profissional.
Como ele apresentava um comportamento descrito como “ranzinza, petulante, pouco comunicativo e rabugento”, vários roteiristas disseram que o trabalho na série rendia mais “quando Roiland não estava na sala”. Isso se concretizou na 3ª temporada de “Rick & Morty”, quando Roiland “simplesmente parou de aparecer” no escritório, trabalhando apenas como dublador (ele fazia a voz dos dois personagens principais).
O caso de violência que veio à tona recentemente aconteceu em 2020, quando Roiland teria sido preso e liberto após pagar uma fiança de US$ 50 mil. Na mesma época, uma ordem de proteção teria sido emitida afirmando que ele não poderia assediar, ameaçar ou perseguir a ex-namorada, e que deveria manter sempre a distância mínima de 30 metros entre os dois.
Até o momento, Justin Roiland não se manifestou a respeito das acusações. Seu caso será julgado no final de abril.