Principal estreia de cinema, “M3GAN” chega ao Brasil com continuação confirmada

Maior estreia da semana, o terror “M3GAN” chega ao Brasil duas semanas após o seu lançamento nos EUA e com a continuação confirmada. Com opções para os mais variados gostos, a programação […]

Divuglação/Universal Pictures

Maior estreia da semana, o terror “M3GAN” chega ao Brasil duas semanas após o seu lançamento nos EUA e com a continuação confirmada. Com opções para os mais variados gostos, a programação dos cinemas também destaca “Babilônia”, com Brad Pitt e Margot Robbie, dois suspenses premiados passados no Oriente Médio e três produções nacionais, incluindo “Regra 34”, vencedor do prestigioso Festival de Locarno, na Suiça.

Confira abaixo os filmes que entram em cartaz nesta quinta (19/1)

 

| M3GAN |

 

A nova franquia do terror acompanha uma cientista especialista em robótica (Allison Williams, de “Corra!”), que dá um protótipo de boneca robô realista para sua sobrinha (Violet McGraw, de “Doutor Sono”), para confortá-la no luto pela morte de seus pais. Só que a boneca ultrapassa expectativas e se apega de forma fatal na menina. Basta alguém ameaçar a criança para que M3gan saia em sua caçada.

Para completar, o robô humanoide também começa a desobedecer comandos quando deixa de ser tratada como alguém da família.

Realizado por apenas US$ 12 milhões, o terror tecnológico impressionou nas bilheterias internacionais, faturando US$ 100 milhões em duas semanas em todo o mundo. Também agradou a critica, com 95% de aprovação na crítica no Rotten Tomatoes. Vale apontar que os elogios destacam a superioridade da produção da Universal no subgênero dos terrores com “brinquedos assassinos”, como Chucky e Annabelle, elegendo “M3GAN” como a criatura definitiva dos dias atuais, por ecoar a era das dancinhas de TikTok – detalhe: um dos produtores, James Wan (“Invocação do Mal”), é o criador de Annabelle.

Wan também escreveu o roteiro com Akela Cooper (“Maligno”). Já a direção é do neozelandês Gerard Johnstone (“Housebound”).

 

| BABILÔNIA |

 

Em contraste com “M3GAN”, “Babilônia” foi lançado como superprodução cotada para o Oscar e decepcionou nas bilheterias e na avaliação da crítica nos EUA. Uma grande extravagância do diretor Damien Chazelle (“La La Land”), estrelada por Brad Pitt e Margot Robbie (ambos de “Era uma Vez em… Hollywood”), o filme custou em torno de US$ 110 milhões e em três semanas não arrecadou mais de US$ 15 milhões. Para completar, dividiu opiniões, atingindo 55% de aprovação no Rotten Tomatoes.

O filme é uma recriação da Era de Ouro da indústria cinematográfica americana, durante a transição do cinema mudo para o falado, como muito sexo, drogas e jazz.

A maioria dos personagens do filme é fictícia, mas inspirada em pessoas reais. Depois de viver Sharon Tate no filme de Quentin Tarantino, Robbie interpreta uma versão cocainômana de Clara Bow, símbolo sexual dos anos 1920, enquanto o personagem Pitt é baseado em grandes atores do período, como John Gilbert, que teve dificuldades de se adaptar às mudanças tecnológicas trazidas pela sonorização.

A encenação é exageradíssima, tudo é histérico, mas não faltam os que adoram justamente esse aspecto da produção. Por sinal, mesmo com críticas negativas, o filme já venceu 23 prêmios por sua realização técnica, incluindo o Critics Choice de Melhor Design de Produção (cenografia) e o Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora.

Além de Pitt e Robbie, o elenco estelar ainda inclui Diego Calva (“Narcos: México”), Tobey Maguire (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), Samara Weaving (“Casamento Sangrento”), Olivia Wilde (“O Caso Richard Jewell”), Jovan Adepo (“Watchmen”), Li Jun Li (“Evil”), Jean Smart (“Hacks”), P.J. Byrne (“The Boys”), Lukas Haas (“O Regresso”), Olivia Hamilton (“La La Land”), Max Minghella (“The Handmaid’s Tale”), Rory Scovel (“Physical”), Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”), Eric Roberts (“Vício Inerente”), Ethan Suplee (“Dog – A Aventura de Uma Vida”), Phoebe Tonkin (“The Originals”), Jeff Garlin (“Curb Your Enthusiasm”) e o baixista Flea (“Queen & Slim”), da banda Red Hot Chili Peppers.

 

| HOLY SPIDER |

 

O cineasta Ali Abbasi, que há cinco anos impressionou a crítica mundial com a fantasia “Border” – mistura de romance e trama policial com trolls! – , voltou a ser reverenciado com seu novo suspense. A história foca um serial killer que encontra terreno fértil e até simpatia no Irã por mirar em trabalhadoras sexuais e mulheres pecadoras. Diante da sucessão de crimes, uma jornalista resolve investigar o chamado “Assassino Aranha” e sua “missão divina”.

A crítica internacional amou o contexto da produção (da Dinamarca), que transforma em terror a atual situação do Irã, onde a repressão violenta de mulheres “mau comportadas” (isto é, com o hijab desarrumado) inspira protestos por todo o país. Essa relação ganha ainda mais relevo porque a história do filme é real.

O assassino responsável, um trabalhador da construção civil chamado Saeed Hanaei, iniciou uma matança de um ano que começou no verão de 2000 e visava profissionais do sexo, especialmente aquelas que usavam drogas. Hanaei foi tema de um documentário lançado em 2002, ano em que foi executado por enforcamento, e também inspirou “Killer Spider” (2020), de Ebrahim Irajzad, filmado no Irã com a aprovação do governo. “Holy Spider”, por sua vez, foi filmado na Jordânia com as liberdades adicionais que isso permite, incluindo o protagonismo de Zar Amir Ebrahimi (intérprete da jornalista), que fugiu do Irã em 2008, além de uma abordagem que liga explicitamente liga os assassinatos à misoginia social e religiosa do país.

O filme conquistou o troféu de Melhor Atriz para Zar Amir-Ebrahimi no último Festival de Cannes e é finalista do Oscar 2023 de Melhor Filme Internacional.

 

| GAROTO DOS CÉUS |

 

Especialista em thrillers, o sueco Tarik Saleh (“Contrato Perigoso”), filho de pai egípcio, assina um raro filme de espionagem muçulmano, que mostra meandros da política egípcia. A trama acompanha um jovem pobre, filho de um pescador, que recebe o privilégio de estudar na Universidade Al-Azhar do Cairo, o epicentro do poder do islamismo sunita. Pouco após sua chegada na cidade, a maior liderança religiosa da universidade, o Grande Imã, morre repentinamente. E Adam logo é transformado numa peça na disputa brutal pelo poder entre os religiosos egípcios e a elite política, que buscam eleger o próximo Iman.

Bastante elogiado, o filme teve o roteiro, escrito pelo próprio diretor, premiado no Festival de Cannes.

 

| REGRA 34 |

 

Vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno, na Suiça, o novo longa da diretora Julia Murat (“Histórias que Só Existem Quando Lembradas”) gira em torno de Simone, uma jovem negra formada em Direito, que pagou a faculdade com a venda de performances sexuais online. Aprovada num concurso para a Defensoria Pública, ela pretende atuar em favor de mulheres vítimas de violência doméstica, enquanto seus próprios interesses sexuais a levam à práticas de violência e erotismo.

O papel principal marca a estreia no cinema da atriz e dramaturga Sol Miranda, idealizadora do premiado espetáculo “Mercedes” (sobre Mercedes Baptista, primeira bailarina negra a dançar no Theatro Municipal).

O título é uma referência à “34ª regra da Internet, que afirma que qualquer objeto, personagem ou franquia de mídia imaginável tem pornografia associada a ele”, e o elenco também destaca Lucas Andrade (“Corpo Elétrico”), Lorena Comparato (“Rensga Hits!”) e a estreante Isabella Mariotto.

 

| FERVO |

 

A comédia brasileira tem praticamente a premissa da série “Ghost”. Um casal se muda para uma nova casa, sem saber que ela é assombrada, e começa a interagir com os fantasmas, que são mais divertidos que assustadores. O diferencial nacional é que a casa costumava ser um local de “fervo” LGBTQIAP+ e agora reúne drag queens do além. Além disso, o enredo é estruturado a base de esquetes, que possibilitam um desfile enorme de convidados especiais – de Paulo Vieira a Marcelo Adnet.

A direção é de Felipe Joffily, que na semana passada lançou outra comédia nos cinemas, “Nas Ondas da Fé”. Já o elenco destaca Felipe Abib (“Quem Vai Ficar com Mário?”) e Georgianna Goes (“Casa Grande”) como o casal central, além de Rita Von Hunty (“Drag Me as Queen”) como a fantasma mais glamorosa.

 

| CHEF JACK – O COZINHEIRO AVENTUREIRO |

 

A animação brasileira é uma mistura de Indiana Jones com Mortal Kombat culinário. O personagem-título é um grande chef que embarca para as Ilhas Culinárias para participar das provas da “Convergência de Sabores”, a maior competição gastronômica do mundo e tentar vencer seus concorrentes. Vale tudo, de esperteza à sabotagem, para ter acesso a temperos preciosos, localizados em lugares inacessíveis, que os candidatos precisam buscar para impressionar o júri.

A direção é de Guilherme Fiúza Zenha (“O Menino no Espelho”) e o elenco de dubladores destaca Danton Mello (“Predestinado”) como Chef Jack.