O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) arquivou o processo de investigação do caso Klara Castanho.
O Coren-SP apurava a denúncia da atriz de que uma enfermeira a teria abordado e ameaçado divulgar para a imprensa informações sobre a entrega para adoção de bebê fruto de um estupro. A notícia chegou a colunistas que procuraram a atriz quando ela ainda estava no hospital. Mesmo pedindo que não escrevessem sobre o assunto, a informação acabou vazando, de forma distorcida, e gerou acusações sensacionalistas contra Klara, vítima de estupro e de violação de privacidade.
Segundo o Conselho, uma sindicância sobre o vazamento de informações sigilosas no Hospital Brasil, a partir das informações divulgadas pela atriz, não encontrou culpados.
“O conselho seguiu todos os ritos processuais, solicitou documentos à instituição hospitalar e convocou os profissionais do plantão à época do fato denunciado, porém não constatou a participação de nenhum profissional de enfermagem em relação ao vazamento de quaisquer informações sigilosas de pacientes, o que levou ao arquivamento do processo. Até o momento, o Coren-SP também não recebeu denúncia por parte da atriz quanto ao tema”, afirmou em nota.
Aparentemente, o Coren-SP não ouviu Matheus Baldi, ex-colunista do “Fofocalizando”, que teria recebido a ligação com a notícia da gravidez e foi o primeiro a noticiar o caso. Após uma ligação de Klara, que explicou que não foi apenas uma gravidez, que ela tinha sido vítima de estupro e o assunto não podia ter vazado, ele chegou a apagar a postagem, mas a história acabou voltando com força logo depois, num vídeo surreal de Antonia Fontenelle, que acusou Klara de ser monstruosa e cometer crime por dar a criança para doação, e numa participação de Leo Dias no programa “The Noite” (SBT), onde acusou uma atriz “que vende uma imagem que todo mundo acha que é santinha” de ter fito algo capaz de fazer as pessoas “perder a fé na humanidade”.
Klara se viu obrigada a contar todos os detalhes para o público, publicando um post em 26 de junho que descreveu como “o relato mais difícil da minha vida”. Apesar do desabafo, Leo Dias não se conteve e publicou em seguida os dados do nascimento da criança, incluindo hora e local de nascimento, que são protegidos por lei, expondo ainda mais a jovem.
Estes dados, por sinal, só poderiam ter saído do hospital. Mas o Coren-SP não constatou nada de errado.
Apesar desse arquivamento, a polícia segue normalmente com suas investigações, já que Klara abriu um processo na Justiça por calúnia, difamação e injúria contra Leo Dias, Antonia Fontenelle e Adriana Kappaz, conhecida como Dri Paz, que fez fofoca na mesma linha – publicando na rede social Kwai um vídeo “imputando” o crime de abandono de incapaz a atriz.
Os representantes de Klara afirmam que “todas as medidas judiciais fundamentais foram tomadas pela equipe jurídica para que os envolvidos sejam investigados e respondam por seus atos”.