A participante Bruna Luana, que desistiu durante a 2ª temporada do reality show “Casamento às Cegas Brasil”, acusou a Netflix de manipular o programa e criar uma narrativa diferente da realidade por meio da edição.
Ela se envolveu numa polêmica após iniciar um romance com o participante Paulo Simi, que foi acusado de ser gordofóbico por ter rejeitado outra participante, Amanda Souza.
“A história que tem ali está longe de ser a real”, disse ela em entrevista ao colunista Leo Dias. “Eles manipulam muito, tiraram frases de ordem. O Paulo me pediu em casamento no primeiro dia de cabine, a nossa história é muito bonita. Eles esqueceram tudo porque ficaram putos porque eu saí quebrando o pau com aquela galera”.
A proposta de “Casamento às Cegas” é fazer com que seus participantes se apaixonem se nunca terem se visto. Eles são colocados em cabines e conversam um com o outro (sem enxergarem a outra pessoa). A partir das conversas, relacionamentos vão surgindo e, eventualmente, surgem pedidos de casamento.
É somente depois dos pedidos de casamento que os casais vão se ver pela primeira vez. Depois disso, eles passam por uma “lua de mel” e, em seguida, voltam para as suas realidades, onde conhecem os parentes e amigos dos seus respectivos noivos e noivas. Ao final de tudo isso, eles precisam decidir se vão mesmo se casar ou não.
Porém, Bruna não passou por todo esse processo. Ela desistiu do programa e queria que Paulo desistisse com ela. Em vez disso, ele continuou lá porque também estava envolvido com Amanda. Ao menos foi isso que o programa mostrou. Mas, segundo ela, não foi assim que aconteceu.
“O Paulo começou a ter conexão com a Amanda depois que eu saí. Fizeram ele regravar depoimentos”, revelou ela. “O negócio é muito grave, muito sério. Eles distorceram muito, estão sendo escrotos”.
Bruna Luana também revelou que chegou a considerar a possibilidade de processar a Netflix. Segundo ela, além do problema da manipulação, houve muita negligência durante o período em que os participantes ficaram confinados num hotel.
“Eu fui sequestrada quando era criança, fiquei dez dias em cativeiro. Eu tinha avisado [à produção] que era muito difícil para mim lidar com confinamento, e eles fizeram questão de deixar tudo pior. Eu pedi psicóloga e eu não tive”, contou ela.
“Eu tive uma queimadura química porque estava usando um ácido. Pedi pomada para três pessoas e ninguém deu. Eu tive que descer e comprar, enquanto a gente estava confinado. Eles não tinham o mínimo cuidado com a gente”, completou.
Paulo Simi se encontrou com Bruna do lado de fora. Os dois começaram a namorar e, depois de dois meses, foram morar juntos. Ele reforçou todas as acusações que ela fez. “Estão falando muita coisa que não é verdade, fico muito chateado. Desde o primeiro dia, eu só quis a Bruna”, disse ele.
Após a desistência de Bruna, Paulo foi pedido em casamento por Amanda. Ele aceitou o pedido, mas, ao conhecê-la pessoalmente, a rejeitou. Na ocasião, ele disse que o motivo para a rejeição foi o empoderamento dela, pois não tinha lidado com isso antes. Porém, para o público, ele foi gordofóbico.
“Antes de abrir a porta [para se verem pela primeira vez], bateu. Sabe quando bate aquela sensação de: ‘Nossa, eu queria que fosse a Bruna, porque meu coração queria a Bruna’. A porta abriu e eu não podia fazer isso, porque o meu coração pertence e pertencia à Bruna. Esse é o real motivo, mas provavelmente nunca mostrem”, afirmou ele.
“A Amanda é uma pessoa muito gente boa, com ótimo coração, uma luz que brilha muito. Uma baita de uma mulher”, contou ele. “Só que meu coração sempre foi da Bruna, minha razão pedia, devido à desistência [da Bruna], a Amanda”.
A Netflix lança “Casamento às Cegas Brasil” em blocos de episódios semanais. Até o momento só foram lançados os quatro primeiros episódios. Não se sabe se essa polêmica será abordada nos demais episódios.