A Caixa Econômica Federal e o cantor Gusttavo Lima emitiram notas de esclarecimento após a publicação da notícia de que o cachê milionário do artista para participar de uma campanha da Mega-Sena teria sido colocado em sigilo de 100 anos por Jair Bolsonaro.
O banco nega qualquer sigilo sobre seus gastos com publicidade e Gusttavo Lima se diz vítima de fake news. Já a Presidência da República afirmou que não se manifestaria sobre o assunto.
A denúncia se originou no site Momento Country, especializado em música sertaneja. De acordo com a informação, a Caixa Econômica Federal desembolsou mais de R$ 10 milhões na campanha da Mega-Sena da Virada. Entretanto, a destinação e o uso de verba não teriam sido especificados no Portal da Transparência. E agora estariam em sigilo.
O banco, porém, afirma que todos seus gastos com cachês estão nos relatórios de publicidade. Entretanto, não respondeu o valor pago ao cantor mesmo depois de ser questionado mais de uma vez por diferentes portais.
Segundo apurações independentes, Gusttavo Lima teria recebido R$ 1,1 milhão.
Entretanto, a quantia não está em sigilo. Ela aparece no relatório de gastos da Caixa de janeiro de 2021, em que há uma anotação de pagamento desse total através da agência Nova S/B. O dinheiro foi para a conta da Balada Eventos e Produções, empresa do cantor, para cobrir os direitos de imagem do artista e outros serviços, como a composição de música produzida para a campanha.
A contratação de Gusttavo Lima segue estratégia da Caixa de buscar nomes fortes com o público jovem para as suas campanhas, contra dados que apontam o envelhecimento dos apostadores das loterias. Nesta linha, em 2022 o banco contratou o cantor Léo Santana e a esposa dele, a influenciadora e dançarina Lore Improtta.
Em seu comunicado, Gusttavo Lima reforça que nunca houve sigilo em seu cachê.
Leia a íntegra abaixo.
“A BALADA MUSIC, escritório do cantor Gusttavo Lima, vem por meio deste informar que se trata de fake news a notícia que está circulando na internet a respeito de um possível sigilo de 100 anos, imposto ao cachê recebido pelo artista para a Campanha da Mega da Virada de 2020.
Por se tratar de uma empresa pública, a CAIXA faz a divulgação dos valores aplicados em publicidade em domínio público, com acesso facilitado a todos os interessados, não havendo qualquer imposição de sigilo. Esclarecemos ainda que, conforme já dito pela própria instituição, a contratação do artista foi realizada via contrato de direito de uso de imagem com a agência de propaganda contratada pelo banco CAIXA via licitação, nos termos da Lei 12.232/2010, que regula a contratação de agências de propaganda no Governo Federal.
Por fim, pontuamos que não toleramos fake news e que medidas jurídicas serão tomadas”.