Netflix estreia modelo de assinatura com anúncios

A Netflix iniciou nessa quinta (3/11) o seu prometido modelo de assinatura mais barata, com adição de anúncios. O plano já está disponível aqui no Brasil, assim como nos EUA, Reino Unido, […]

Unsplash/David Balev

A Netflix iniciou nessa quinta (3/11) o seu prometido modelo de assinatura mais barata, com adição de anúncios. O plano já está disponível aqui no Brasil, assim como nos EUA, Reino Unido, Austrália, Japão, França, Alemanha, Itália e Coreia do Sul – além do Canadá e do México, onde fizeram parte do programa piloto.

O preço varia de país para país. Nos EUA, o custo é de US$ 6,99 por mês. No Brasil, o valor é de R$ 18,90 por mês e dá direito ao usuário conferir a programação do serviço de streaming com qualidade máxima de 720p/HD e com uma média de 4 a 5 minutos de anúncios exibidos por hora.

O plano básico tem qualidade menor de imagem, permite acesso em apenas uma tela e não traz a opção de fazer download do conteúdo. Além disso, possui limitação de conteúdo – algumas séries como “Arrested Development” e “House of Cards” não estão incluídas neste pacote.

O diretor de operações da Netflix, Greg Peters, que foi responsável pela criação do plano básico com anúncios, explicou que, desde que foi anunciada a mudança, a Netflix iniciou um longo processo de obtenção de direitos e revisão de contratos para permitir que o conteúdo fosse acompanhado por anúncios. Ainda assim, cerca de 5% a 10% da programação total da Netflix não estará disponível no plano, algo que o executivo chamou de “uma pequena minoria de visualizações”.

Segundo Peters, essa diferença se deve a alguns acordos antigos, que não permitem interrupções durante a exibição do conteúdo. Ele fez questão de frisar que não se trata de problema de distribuição com algum estúdio em específico. “É principalmente sobre o tipo do acordo e trabalharemos para reduzir esse número ao longo do tempo.”

No plano básico, a maioria dos conteúdos será interrompida pela exibição de anúncios. A exceção serão os lançamentos de grandes filmes, como o aguardado “Glass Onion: Um Mistério Knives Out”. Em casos como este, serão exibidos anúncios apenas antes do início do filme.

“Vamos tentar preservar esse tipo de modelo cinematográfico lá”, explicou Peters, que também apontou que esse modelo é similar àquele adotado por alguns serviços rivais. Por outro lado, filmes que estão no catálogo da Netflix há mais tempo terão uma combinação mais “tradicional” de anúncios, tanto antes do início quanto no meio, embora com intervalos “menos frequentes”, disse ele.

Jeremi Gorman, chefe de publicidade da Netflix, disse no mês passado que o estoque de anúncios estava quase esgotado, com várias centenas de contratos já fechados com anunciantes.

Analistas de Wall Street previram que a publicidade poderia gerar vários bilhões de dólares por ano em receita nos próximos anos para o streaming.

Além disso, Peters define a novidade como “um modelo pró-consumidor” que trará “muito mais membros” para o serviço – embora não faça nenhuma projeção apontando quantos novos usuários seriam atraídos pela assinatura mais barata.

Ele também sustenta que a assinatura mais barata não vai canibalizar o negócio de assinaturas mais caras, preservando os outros planos por causa dos recursos e funcionalidades a mais que eles oferecem.

O plano básico sem anúncios tem a mesma qualidade mediana de imagem do plano com anúncios, mas oferece o catálogo completo, downloads e exibições sem interrupções comerciais por R$ 25,90.

No plano padrão, que custa R$39,90, os assinantes obtêm resolução de 1080p, além de acesso a todos títulos, capacidade de download e disponibilidade de assistir ao conteúdo em telas simultâneas.

A Netflix ainda apresenta um plano premium, que custa R$55,90 e o único que oferece resolução em 4k, além de permitir acesso simultâneo a um número maior número de telas.

Vale lembrar que, inicialmente, os anúncios estavam reservados a serviços gratuitos como Pluto e Tubi, onde a publicidade era sua única fonte de receita. Mas os serviços pagos agora vão buscar esses anunciantes, ao mesmo tempo em que tentarão preservar os clientes que foram inicialmente atraídos para seu ambiente original desprovido de comerciais.

Outros serviços de streaming já lançaram ou preparam seus próprios planos com anúncios, como HBO Max, Peacock, Paramount+ e Disney+.