Preso desde a última semana com conteúdo de pornografia infantil e sob acusação de abusar de um menino de 12 anos, o ator José Dumont contratou o escritório do advogado Arthur Lavigne, um dos mais renomados e caros do Brasil. Ele atuou como advogado de acusação e ajudou a promotoria no caso do assassinato de Daniella Perez.
Na época, Lavigne foi contatado por Gloria Perez, mãe da vítima, para ajudar na condenação de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, casal responsável por assassinar sua filha. O acontecimento voltou à tona neste ano com o lançamento da série documental “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez”, pela HBO Max.
Dumont já teve um pedido de habeas corpus negado pela justiça. Mas sua defensa entrou com recurso, que será julgado na 3ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro em breve, em caráter de urgência. A defesa pede revogação da prisão provisória ou que ele possa responder em liberdade com o pagamento de uma fiança de R$ 40 mil.
A polícia encontrou cerca de 240 arquivos de pornografia infantil, entre fotos e vídeos, em um computador e no celular de José Dumont, ao cumprir um mandato de busca e apreensão na casa do ator de 72 anos em 15 de setembro.
Confrontado com as imagens, Dumont confirmou, em depoimento prestado à polícia e revelado pelo jornal O Globo, que elas eram de sua propriedade, mas faziam parte de um “estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros”.
O estudo seria para seu personagem na novela “Todas as Flores”, que será exibida no Globoplay: um explorador de menores, que abusa de crianças de rua. O ator disse ainda que conseguiu as imagens na internet e negou ter fotografado, filmado, produzido ou editado imagens de crianças e adolescentes em contexto pornográfico.
Ele foi demitido da produção após a prisão e substituído por Jackson Antunes.
Sua prisão fez parte de uma ação da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), motivada por uma denúncia.
Dumont era investigado por ter supostamente abusado de um fã de 12 anos. De acordo com a polícia, ele teria se aproveitado do prestígio e reconhecimento como ator para atrair a atenção do adolescente. A denúncia partiu de vizinhos. Segundo a investigação, câmeras de segurança do condomínio onde ele mora flagraram o ator cometendo abusos contra o adolescente, como beijos e carícias.
As imagens serviram de base para a abertura da investigação policial e, ao cumprir um mandado de busca e apreensão, a polícia encontrou imagens e vídeos de sexo envolvendo crianças na residência e no celular do ator, motivando a prisão em flagrante.
Detido, o artista foi levado para a sede da DCAV, no Centro do Rio, e em seguida transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
O ator também é investigado por pedofilia na Paraíba desde 2013. Responsável pela denúncia, o Ministério Público Estadual pretende retomar a investigação após a prisão do artista no Rio de Janeiro.