A cantora Björk lançou um clipe ritualístico para a música “Ancestress”, em que lidera uma procissão fúnebre para o interior de um vulcão dormente no interior da Islândia. Ela e suas acompanhantes usam véus vermelhos, refletindo a atual fase da cantora, que tem aparecido geralmente com máscaras ou maquiagens chamativas sobre o rosto. A exceção é do único homem presente na peregrinação. Com véu e roupas brancas, ele segue para sua própria morte.
A produção performática reflete o luto de Björk pela morte de sua mãe. A música foi feita em homenagem à ativista ambiental Hildur Rúna Hauksdóttir, que faleceu em 2018. “O tempo da minha ancestral está acabando/ A sua rebelião, um dia vibrante, se apagando”, canta a artista islandesa na letra.
A direção é de Andrew Thomas Huang, que já tinha feito cinco clipes para a cantora, entre 2012 e 2017.
“Ancestress” faz parte do 10º álbum de Björk, “Fossora”, que tem lançamento marcado para 30 de setembro. Anteriormente, a artista já havia revelado vídeos para “Atopos” e “Ovule”, todos bem menores, mas igualmente simbólicos, refletindo uma obra nada comercial, marcada por arranjos dissonantes – até dodecafônicos.
Ela vem cantar esse repertório hermético no Brasil em 5 de novembro, como uma das atrações do festival Primavera Sound 2022, em São Paulo.