João Vicente de Castro vai viver o próprio pai em série sobre O Pasquim

O ator e apresentador João Vicente de Castro (da novela “Espelho da Vida” e do programa “Papo de Segunda”) vai viver o próprio o pai, Tarso de Castro, numa série dramática da […]

Instagram/João Vicente de Castro

O ator e apresentador João Vicente de Castro (da novela “Espelho da Vida” e do programa “Papo de Segunda”) vai viver o próprio o pai, Tarso de Castro, numa série dramática da Paramount+ sobre a história do jornal O Pasquim. Tarso foi um dos fundadores da famosa publicação de humor, comportamento e política que marcou o Brasil nos anos 1970.

João Vicente é um dos produtores do projeto, atualmente em fase de piloto. Se tudo der certo, será sua segunda produção para o streaming, após a série de comédia e suspense “As Seguidoras”, lançada em março. Ele vai trabalhar na produção com a equipe do Porta dos Fundos.

A atração terá seis episódios escritos por Murilo Hauser.

“Vai ser uma loucura”, disse o ator-produtor ao jornal O Globo. “Ainda não sabemos quando vamos gravar. E estamos fazendo convites para o elenco”.

“O Pasquim” foi fundado por Tarso de Castro, Jaguar e Sérgio Cabral em 1969 para enfrentar a ditadura militar com uma revolução comportamental. A publicação, editada até 1991, abordava temas como sexo, drogas, feminismo e trazia muitas tiras de humor, incomodando para valer a dita “moral e os bons costumes” que a ditatura pretendia impor com a força da censura no Brasil.

De fato, em função de uma entrevista lendária feita por Tarso, Jaguar e Cabral com Leila Diniz em 1969, foi instaurada a censura prévia aos meios de comunicação no país, a infame Lei de Imprensa, que por um tempo se tornou popularmente conhecida pelo nome da atriz.

Em novembro de 1970, a maior parte da redação de O Pasquim foi presa porque o jornal ousou satirizar o célebre quadro da Proclamação da Independência, de Pedro Américo. Mas Millôr Fernandes, que escapou da prisão, manteve o jornal funcionando com colaborações de Chico Buarque, Antônio Callado, Rubem Fonseca, Odete Lara, Glauber Rocha e diversos intelectuais cariocas, vendendo cerca de 100 mil exemplares por semana, mais do que as revistas Veja e Manchete somadas.

Ao longo de sua trajetória icônica, O Pasquim também contou com colaborações de Ziraldo, Manoel “Ciribelli” Braga, Miguel Paiva, Prósperi, Luiz Carlos Maciel, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Carlos Leonam, Sérgio Augusto, Ruy Castro, Fausto Wolff, Claudius e Fortuna.

Tarso foi editor de 80 edições do jornal e morreu de cirrose hepática em maio de 1991, aos 49 anos. Seis meses depois, O Pasquim fechou.