A ex-atriz mirim americana Alexa Nikolas participou na sexta-feira (26/8) de um protesto em frente à sede do canal infantil Nickelodeon, na Califórnia, denunciando abusos que sofreu enquanto participava da série “Zoey 101”, que durou de 2005, quando ela tinha cerca de 13 anos, até 2008.
Em seu protesto, ela citou um dos principais produtores de séries adolescentes do canal, Dan Schneider, criador de “Zoey 101”, “iCarly”, “Brilhante Victória” (Victorious) e “Drake & Josh”, chamando-o de “criador de traumas de infância”.
O protesto acontece logo depois do lançamento do livro de memórias de Jennette McCurdy, ex-estrela de “iCarly”, que acusou alguém chamado de “O Criador” de cruzar limites nos bastidores do programa. No livro “I’m Glad My Mom Died”, McCurdy definiu esse executivo como “controlador e assustador”.
“Eu não me sentia protegida na Nickelodeon quando criança”, disse Nickolas à imprensa atraída pela manifestação. “Eu não me sentia segura perto de Dan Schneider. Toda vez que ele vinha no set, meu corpo ficava extremamente tenso. Mais tarde, na 2ª temporada, ele e um monte de executivos me fizeram chorar em uma sala sozinha. Eu não acho que nenhuma criança deveria ter que experimentar algo assim, especialmente quando vem de pessoas que deveriam estar cuidando das crianças no set.”
A Nickelodeon rompeu seu contrato com Schneider em 2018, após denúncias originarem uma investigação que concluiu que ele era verbalmente abusivo, embora não tenha revelado nenhuma evidência de má conduta sexual.
Além das alegações contra Schneider, Nikolas também acusou outros ex-executivos da Nickelodeon de descaso com a situação, incluindo Fred Savage, que era diretor de “Zoey 101” e neste ano foi demitido do reboot de “Anos Incríveis” (The Wonder Years) após uma investigação por conduta inadequada.
“Estou exigindo que a Nickelodeon comece a proteger crianças e não predadores”, acrescentou a estrela, que atualmente tem 30 anos.
Nikolas faz parte da organização Eat Predators que tem realizado uma série de protestos, denunciando casos de abuso em empresas do ramo do entretenimento na Califórnia. Até a semana passada, o alvo era principalmente gravadoras como Sony e Warner, que apesar de escândalos de artistas como R. Kelly, Marilyn Manson e Diplo, passaram relativamente intocadas pelas denúncias do movimento #MeToo e, por isso, fizeram poucas mudanças para proteger mulheres no ambiente de trabalho.