Estreia de “Elvis” e “Top Gun” dividem topo da bilheteria dos EUA

Numa disputa acirradíssima, o estreante “Elvis” e o blockbuster “Top Gun: Maverick” chegaram neste domingo (26/6) tecnicamente empatados como os filmes mais vistos do fim de semana nos EUA e Canadá. Ambos […]

Divulgação/Warner Bros.

Numa disputa acirradíssima, o estreante “Elvis” e o blockbuster “Top Gun: Maverick” chegaram neste domingo (26/6) tecnicamente empatados como os filmes mais vistos do fim de semana nos EUA e Canadá. Ambos faturaram US$ 30,5 milhões nas bilheterias, de acordo com levantamento preliminar da Comscore, e a ordem de classificação será definida apenas na recontagem de segunda-feira.

“Elvis” teve uma abertura acima das expectativas, considerando-se os US$ 25,7 milhões da estreia da última cinebiografia de rock nos cinemas – “Rocketman”, sobre Elton John.

O público adorou, dando nota A- no CinemaScore. Já a avaliação do críticos, segundo o Rotten Tomatoes, foi um pouco menos entusiasmada, com 78% de aprovação para a versão do diretor Baz Luhrmann sobre a vida de Elvis Presley.

No exterior, a produção da Warner Bros. arrecadou US$ 20 milhões de seus primeiros mercados para um início global de US$ 50,5 milhões. O Reino Unido e a Austrália foram os países de maior procura pelo filme, com US$ 4,7 milhões de ingressos vendidos em cada um. O lançamento no Brasil, porém, só vai acontecer em 14 de julho.

Já “Top Gun: Maverick” é definitivamente um fenômeno. Neste fim de semana, completou um mês em cartaz e segue voando alto das bilheterias. E não apenas nos EUA. Também foram mais US$ 44,5 milhões de arrecadação no exterior, vindo de 65 mercados diferentes só nos últimos três dias. Isto leva a um faturamento histórico e nunca antes visto na carreira do ator Tom Cruise.

A continuação de “Top Gun” (1986) tornou-se o segundo lançamento de Hollywood a ultrapassar US$ 500 milhões no mercado interno desde o começo da pandemia. Chegou a um total doméstico de US$ 521,7 milhões neste domingo, atrás apenas de outro fenômeno: “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”, que arrecadou US$ 804,7 milhões na América do Norte.

A produção da Paramount também ultrapassou a cobiçada marca de US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais, tornando-se o primeiro trabalho de Tom Cruise a atingir esse número. Com esse desempenho, a obra do diretor Joseph Kosinski ainda tomou de “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” a liderança das bilheterias domésticas e mundiais de 2022.

O mais interessante é que os dois líderes não foram os únicos com ótimos desempenhos. Em 3º lugar, “Jurassic World: Domínio” vendeu US$ 26,4 milhões de ingressos para superar a marca de US$ 300 milhões na América do Norte, com um total até domingo de US$ 302,8 milhões.

Graças ao faturamento internacional – que inclui generosos US$ 114 milhões da China, onde os outros filmes não foram lançados – , os dinossauros da Universal Pictures já se aproximam dos US$ 750 milhões em bilheteria mundial.

A estreia de “O Telefone Preto” assegurou o 4º lugar com uma abertura estimada em US$ 23,4 milhões, também melhor que o esperado. O terror da Universal, dirigido por Scott Derrickson (“Doutor Estranho”), agradou a crítica como uma pontuação de 87% no Rotten Tomatoes. Além disso, somou mais US$ 12,4 milhões em 45 mercados para um início global de US$ 35,9 milhões. Mas o público brasileiro ainda vai ter que esperar quase um mês para conferir – o lançamento nacional está marcado para 21 de julho.

O Top 5 se completa com a única decepção da semana: “Lightyear”, da Disney e da Pixar, que perdeu 65% do público em seu segundo fim de semana em cartaz.

Nos últimos três dias, a animação fez US$ 17,7 milhões, numa queda rara para um filme da Pixar, só superada por “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica”, que estreou em março de 2020, no momento em que os cinemas começaram a fechar por causa da pandemia, resultando numa declínio de 72% em seu segundo fim de semana em cartaz.

O total doméstico de “Lightyear” é de US$ 88,8 milhões após dez dias, enquanto o mundial está em US$ 152,4 milhões.

Extremistas comemoram o mau resultado como comprovação da derrota da “agenda gay” da obra – uma personagem é lésbica e dá um selinho no filme.

Mas o motivo do desempenho abaixo do esperado não tem nada a ver com lacração. Desenhos animados simplesmente não são mais os campeões que costumavam ser antes da pandemia.

Por mais que pareça decepcionante, a arrecadação de “Lightyear” em dez dias já é praticamente igual ao que rendeu “Encanto”, uma celebração de família heterossexual com grande capacidade reprodutiva, durante toda sua trajetória no ano passado. Vencedor do Oscar 2022, “Encanto” faturou US$ 90 milhões na América do Norte – US$ 1,2 milhão a mais que dois fins de semana de “Lightyear” – e foi a maior bilheteria de animação de 2021.

“Lightyear” também é o segundo maior sucesso animado deste ano, atrás apenas de “Os Caras Malvados”, com US$ 95 milhões nos EUA e Canadá, que devem ser superados no próximo fim de semana.

As razões para a diminuição das bilheterias de desenhos animados são a falta de vacinação nas crianças e receio das famílias de levar os filhos a ambientes fechados como cinemas. Não por acaso, as assinaturas da plataforma de streaming da Disney dispararam e já começam a se aproximar da Netflix.