A jornalista e escritora Danuza Leão, uma das principais cronistas do Rio de Janeiro morreu na quarta-feira (22/8), aos 88 anos. Danuza estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, onde tratava de problemas respiratórios.
Irmã da cantora Nara Leão, ela acompanhou de perto o surgimento da bossa nova, que, segundo a lenda, teria nascido no apartamento de seus pais na Avenida Atlântica, em Copacabana. Aos 18 anos, tornou-se a primeira modelo brasileira a desfilar no exterior, para o estilista Jacques Fath em Paris, onde viveu por dois anos.
Também foi jurada de programa de TV, entrevistadora, dona de butique, promotora da noite carioca, produtora de arte, colunista da imprensa e publicou oito livros. A autobiografia “Quase Tudo” (2005) e “Fazendo as Malas” (2008) lhe renderam o Prêmio Jabuti.
Entre toda essa atividade cultural, ainda incluiu no currículo filmes famosos.
Danuza participou como atriz em dois filmes dirigidos pelo amigo Glauber Rocha: o clássico do Cinema Novo “Terra em Transe” (1967) e “A Idade da Terra” (1980).
Mesmo numa figuração em “Terra em Transe”, Danuza demonstrou uma presença hipnotizante nas telas. Já no último filme de Glauber, ela viveu a mulher de Brahms, personagem de Maurício do Valle.
Como atriz, fez ainda participação especial na novela “Dancin’ Days” (1978), emprestando sua grife à trama numa época em que promovia discotecas, e interpretou a si mesmo na cinebiografia “Leila Diniz” (1987), de Luis Carlos Lacerda.
Casada três vezes, teve filhos apenas no primeiro matrimônio, com o jornalista Samuel Wainer, o fundador do jornal Última Hora, que tinha o dobro de sua idade. Um deles, o jornalista Samuel Wainer Filho, morreu em um acidente de carro em 1984, aos 29 anos. Os outros dois são a artista visual Pinky Wainer e o distribuidor cinematográfico Bruno Wainer.
A tradição artística da família segue sendo renovada com a atividade dos netos: o ator Gabriel Wainer, o fotógrafo e cineasta João Wainer e a artista visual Rita Wainer.