O ator Billy Watson, que veio de uma famosa família de atores mirins de Hollywood e apareceu em um punhado de filmes clássicos, morreu em 17 de fevereiro, de causas naturais aos 98 anos, mas sua família só anunciou neste fim de semana.
Watson tinha oito irmãos, que apareceram em centenas de filmes entre os anos 1920 e 1940. Sua família de atores é a única celebrada conjuntamente com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, conquistando seu lugar no Hollywood Boulevard em 1999.
Ele era o sexto dos nove filhos – seis meninos e três meninas – , que viraram atores graças às conexões de seus pais não famosos. A mãe, Golda Watson, lavava e passava figurinos de filmes, e seu pai, Coy Watson Sr., era um dublê de caubói, que se tornou adorado pelos produtores por conceber os efeitos especiais práticos (cordas de piano!) usados para criar a ilusão do tapete voador de Douglas Fairbanks no clássico mudo “O Ladrão de Bagdad” (1924).
Outro fator para o sucesso das crianças foi o fato de a casa da família Watson ser localizada próxima do Keystone Studios de Mack Sennett – no que hoje é o Echo Park. Por isso, quando um diretor precisava de uma criança figurante, procurava Coy Watson Sr. porque sabia que poderia contar com a presença rápida de uma criança no estúdio. Corre a lenda que quando lhe perguntavam “Preciso de um filho para um filme. Você tem um?”, ele respondia: “Qual o tamanho e o sexo?”. O filho mais velho, Coy Watson, acabou conhecido como “The Keystone Kid”, pela quantidade de filmes do estúdio em que apareceu.
Billy começou a atuar em 1928, com apenas cinco anos, aparecendo como figurante em dezenas de filmes, muitas vezes ao lado de alguns de seus irmãos. Mas só começou a ganhar mais destaque na adolescência.
Seu primeiro papel importante veio em 1938, quando, aos 15 anos, interpretou a versão infantil do personagem de Don Ameche em “Na Velha Chicago” (1938), de Henry King – outro de seus irmãos, Bobs Watson, também estava no elenco.
Em seguida, ele e mais três irmãos interpretaram os filhos do Governador Hopper (Guy Kibbee), o homem que nomeia o famoso personagem Jefferson Smith (Jimmy Stewart) para o Senado no clássico de Frank Cappra “A Mulher Faz o Homem” (Mr. Smith Goes to Washington, 1939).
Também apareceu em mais três clássicos de 1939: “As Aventuras de Huck Finn”, de Richard Thorpe, “As Aventuras de Stanley e Livingstone”, de Henry King, e “A Mocidade de Lincoln”, de John Ford. Mas aos 16 ficou velho demais para o papel de “filho”, encerrando sua carreira em 1940 com uma aparição não creditada em “A Mulher que Eu Quero”.
Depois de se formar no colegial, Watson serviu na Guarda Costeira dos EUA, durante a 2ª Guerra Mundial, e seguiu carreira como fotógrafo comercial em Los Angeles, além de se apresentar em teatros locais.
Só um de seus irmãos ainda está vivo, Garry, com 92 anos. Mas ele conheceu nada menos que 13 bisnetos.