O roqueiro Michael Lee Aday, conhecido como Meat Loaf, morreu na quinta-feira (20/1), aos 74 anos, cercado pela família. A causa da morte não foi revelada.
Ele lançou um dos discos mais famosos do rock, “Bat Out of Hell”, de 1977, que se tornou um dos 10 álbuns mais vendidos de todos os tempos, com mais de 43 milhões de cópias comercializadas. As músicas foram concebidas em parceria com o compositor Jim Steinman como trilha de uma musical, uma versão futurística de “Peter Pan”. E o sucesso contínuo de “Bat Out of Hell” inspirou o cantor a estender o conceito numa trilogia, com os discos seguintes também vendendo milhões de cópias em todo o mundo.
A conexão com o mundo dos espetáculos musicais não foi casual. A carreira no rock foi consequência de seu começo em produções do gênero. Sua performance na montagem de “Hair” em Los Angeles lhe rendeu seu primeiro contrato fonográfico com a Motown em 1971. Mas foi só seis anos depois, quando focou seu lado teatral no rock, que Meat Loaf estourou.
Além da transição para roqueiro de sucesso, ele também trocou os palcos pelas telas. Foram mais de 60 papéis em filmes e séries, começando por sua participação no clássico musical “The Rocky Horror Picture Show”, em 1975 – repetindo papel que já tinha vivido no teatro.
Meat Loaf chegou a protagonizar “Roadie” (1980), uma comédia musical de Alan Rudolph, e fazer par romântico com Cher em “Dead Ringer” (1982), batizado com o título de seu segundo álbum em parceria com Jim Steinman, mas a maioria de seus trabalhos no cinema foi como coadjuvante. A lista inclui alguns filmes cultuados, como “Quanto Mais Idiota Melhor” (1992), o improvável “O Mundo das Spice Girls” (1997), “Clube da Luta” (1999) e “Tenacious D – Uma Dupla Infernal” (2006).
Nos anos 1990, ele voltou a liderar as paradas de sucesso com o hit “I’d Do Anything for Love (But I Won’t Do That)”, que ganhou um clipe dirigido por Michael Bay (“Transformers”). A música integrou o segundo volume da trilogia, “Bat Out of Hell II: Back Into Hell”, lançado em 1993. O capítulo final, por sua vez, só saiu em 2006.
Depois disso, foi preciso mais um década para “Bat Out of Hell” completar seu círculo e ser finalmente transformado num musical de teatro, lançado no West End londrino em 2017.
O cantor também vinha aparecendo como convidado de diversas séries nos últimos anos, incluindo “Glee”, “House” e “Elementary”, mas só foi ter um papel fixo numa atração televisiva em 2017, no terror “Ghost Wars”, que foi seu último trabalho nas telas.
Sua postura conservadora e favorável ao Partido Republicano o afastou, pouco a pouco, de Hollywood. Ao se tornar um dos poucos roqueiros apoiadores de Donald Trump, praticamente caiu no ostracismo.
Para complicar, passou por alguns problemas de saúde, principalmente nas cordas vocais. Ele sofreu vários desmaios durante apresentações nos últimos anos.