O CEO da Apple, Tim Cook, fez raríssimos comentários sobre o conteúdo da Apple TV+ durante o balanço trimestral dos lucros do gigante tecnológico, observando com orgulho que a programação de streaming da empresa já soma quase 200 prêmios e 900 indicações no total.
Ele citou nominalmente os impactos de “Ted Lasso”, “A Tragédia de Macbeth”, “No Ritmo do Coração” (CODA), “O Canto do Cisne” e as vindouras séries “Depois da Festa” (The Afterparty) e “Ruptura” (Severance).
“Cada um deles é um tremendo crédito para todos os contadores de histórias, na frente e atrás da câmera”, disse ele a analistas de Wall Street durante a videoconferência que apresentou os últimos ganhos bilionários da Apple.
Até recentemente, a plataforma lançada em novembro de 2019 era um ponto raramente mencionado no balanço corporativo da Apple, conglomerado que tem mais de US$ 366 bilhões em receita anual.
Só no quarto trimestre de 2021 a empresa atingiu um recorde de US$ 124 bilhões, com vendas de equipamentos – em especial o iPhone 13 – que geraram lucros de US$ 34,6 bilhões contra US$ 28,7 bilhões no mesmo trimestre do ano anterior, de acordo com o relatório de resultados da empresa.
Pela primeira vez, porém, Cook resolveu incluir na celebração a estratégia de streaming da companhia. “Queríamos dar aos contadores de histórias um lugar para contar histórias originais e me sinto muito bem sobre onde estamos hoje e a posição estratégica do nosso produto.”
“Não tomamos decisões puramente financeiras sobre o conteúdo. Tentamos encontrar ótimos conteúdos que tenham uma razão de ser, e adoramos programas como ‘Ted Lasso’ e vários outros que têm uma razão de existir e têm uma boa mensagem, e fazem as pessoas se sentirem bem no final. Mas não vejo que tenhamos estreitado nosso universo. Há muito o que escolher por aí e acho que estamos fazendo um bom trabalho.”
A Apple não divulga as estatísticas da Apple TV+, e não foi desta vez que Tim Cook quebrou a regra.
Gigante no mercado de tecnologia, a Apple começou como uma anã no segmento de streaming. Sem catálogo de séries e filmes antigos, a plataforma acabou se impondo por sua programação original.
Os responsáveis pelo conteúdo premiado são Jamie Erlicht e Zack Van Amburg, ex-presidentes da Sony Pictures Television, que assumiram o comando do projeto de desenvolvimento da Apple TV+ em 2019 e superaram expectativas.
A dupla já tinha sido responsável pelo lançamento de diversos sucessos como copresidentes da divisão de produção televisiva da Sony, incluindo “Breaking Bad”, “Better Call Saul”, “The Blacklist”, “Community”, “Hannibal”, “The Goldbergs” e “The Crown”.
No ano passado, a empresa também contratou Jesse Henderson, ex-executiva da Warner Bros., para assumir a crescente divisão cinematográfica da plataforma.