Anitta divulgou o clipe de “Boys Don’t Cry”, que completa uma espécie de americanização de sua carreira. Cantada em inglês, a música é um pop com teclados e batida acelerada dos anos 1980. Ou seja, não tem absolutamente nada a ver com seu repertório anterior ou sua identidade cultural.
O clipe causa estranheza desde a abertura, ao adotar uma tipografia associada à banda punk Misfits, e segue com escolhas estéticas típicas do pop/rock gótico oitocentista, com zumbis, jaquetas de couro com tachinhas e muito figurino preto – ainda que o resultado seja mais Michael Jackson e “Beetlejuice” que Sisters of Mercy.
A produção é o sinal mais notável até aqui da mudança sísmica em curso no pop internacional, que tem trocado o R&B baladeiro de sucesso recente por hits de rock poser. A versão gótica de butique (com roupas de grife) da tendência já tinha dado as caras no clipe de “Funeral”, de Charlie XCX, em setembro passado, e nos últimos vídeos de The Weeknd.
Com título de música da banda The Cure, a nova canção de Anitta tem produção da equipe de funcionários do estúdio de Max Martin, responsável por hits como “…Baby One More Time”, de Britney Spears, e “Blinding Lights”, de The Weeknd. Mas o produtor sueco não teve nenhuma participação na gravação e precisou vir à público contestar afirmação da assessoria da cantora de que produziu a faixa.
Já o clipe é codirigido por Anitta e Christian Breslauer, que dirigiu o recente “Die for You”, de The Weeknd.