Justiça francesa arquiva acusação de estupro contra o cineasta Luc Besson

A Justiça francesa arquivou o processo de abuso sexual contra o cineasta Luc Besson, acusado de estupro pela atriz Sand Van Roy. Uma juíza de instrução de um tribunal de Paris seguiu […]

Divulgação/EuropaCorp

A Justiça francesa arquivou o processo de abuso sexual contra o cineasta Luc Besson, acusado de estupro pela atriz Sand Van Roy.

Uma juíza de instrução de um tribunal de Paris seguiu a opinião do Ministério Público, que desde 2019 pede o fim da investigação por falta de provas.

“Após um processo que durou três anos e meio (…), a juíza de instrução acaba de arquivar o caso, o que isenta Luc Besson das acusações”, disse o advogado do diretor, Thierry Marembert, em comunicado.

Questionando a decisão da Justiça francesa, a atriz belga-holandesa que acusou o diretor também se manifestou à imprensa, dizendo que sua vida está “destruída”.

“Lamento ter denunciado. Este país não protege as vítimas de pessoas famosas”, ela afirmou em um documentário no canal France 2 divulgado em novembro. Nesta quinta-feira (9/12), ela denunciou no Twitter que juíza nem a ouviu antes de arquivar o caso.

Sand Van Roy trabalhou com Besson em “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” (2017), onde fez uma pequena figuração. Ela também participou de “Anna”, novamente dirigida por Besson, mas seu papel foi cortado após a denúncia.

O diretor sempre se disse inocente.

A investigação revelou detalhes incongruentes, como o fato de Van Roy ter mantido um relacionamento de dois anos com Besson e mesmo assim acusar o diretor de tê-la drogado para estuprá-la. Exames de sangue realizados a pedido da polícia não encontraram evidências toxicológicas no organismo da atriz que corroborassem sua alegação.

A atriz apresentou uma primeira denúncia por estupro em maio de 2018 contra o produtor e diretor francês, um dia depois de ter se encontrado com ele em um hotel de luxo da capital francesa. Dois meses depois, acrescentou na denúncia outros estupros e agressões sexuais cometidas pelo diretor de “O Quinto Elemento” durante dois anos.

O Ministério Público arquivou essas denúncias em 25 de fevereiro de 2019, considerando que não pôde “verificar a infração denunciada”.

Inconformada, a atriz apresentou nova denúncia em âmbito civil, que gerou a abertura do atual processo, agora também arquivado.

O portal Mediapart foi atrás de outras denúncias e colheu depoimento de oito mulheres não identificadas, que também apresentaram acusações de assédio, basicamente por gestos considerados inadequados. Todas as acusações estariam prescritas.