Ota (1954-2021)

O cartunista, quadrinista e editor Ota foi encontrado morto em seu apartamento no Rio no Janeiro nesta sexta (24/9), após ficar cinco dias sem ser visto. Os bombeiros foram acionados pelos vizinhos […]

Facebook/Ota Assunção

O cartunista, quadrinista e editor Ota foi encontrado morto em seu apartamento no Rio no Janeiro nesta sexta (24/9), após ficar cinco dias sem ser visto. Os bombeiros foram acionados pelos vizinhos e, ao arrombarem a porta do apartamento, encontraram o artista morto.

Um dos mais importantes editores dos quadrinhos brasileiros, Otacílio Costa d’Assunção Barros tinha 67 anos. Atuante no mercado desde os anos 1970, ele marcou época à frente da revista “Mad”, influência no humor de séries como “TV Pirata” e “Casseta & Planeta Urgente”.

Ota foi responsável por abrasileirar a “Mad”, originalmente uma publicação americana de humor, incluindo sátiras de novelas e temas nacionais em suas páginas, além de ilustrar os populares “Relatórios Ota”, onde manifestava sua visão sarcástica.

Jornalista de formação, ele entrou no mercado de quadrinhos via Editora Brasil-América Latina (EBAL) em 1970, responsável pela publicação dos primeiros títulos de super-heróis do Brasil, saindo no final de 1973 para editar publicações underground (“A Roleta”, “Vírus” e “A Mosca”) e entrar na Editora Vecchi, que lançou a “Mad”.

Primeiro e eterno editor da “Mad” brasileira, ele permaneceu à frente da publicação mesmo quando ela mudou de editora. Foram quatro mudanças, da Vecchi (1974-1984) para a Record (1984-2000), depois para a Mythos (2000-2006) e finalmente para a Panini (2008).

Na Vecchi, Ota também lançou a cultuada revista de terror nacional “Spektro”, que foi publicada de 1977 até o fechamento da editora em 1983.

Sua paixão pelos quadrinhos também rendeu livros. Em 1984, ele publicou “O Quadrinho Erótico de Carlos Zéfiro”, que ajudou a reconhecer a importância dos “catecismos” do gênio pioneiro do erotismo nacional.

Foi também responsável por reedições de personagens clássicos, como “Luluzinha” e “Recruta Zero” pela Pixel, além da coleção histórica dos álbuns de “Asterix” pela Record. E ainda criou seus próprios personagens, como Super-Ota e a Garota Bipolar, que continuavam a ser publicados.

Por isso e muito mais, a História dos quadrinhos no Brasil perde muito de sua graça sem Ota.