A Marvel Comics anunciou na sexta-feira (10/9) que Joe Bennett, desenhista brasileiro conhecido pelos quadrinhos de “O Imortal Hulk”, não trabalha mais na empresa. O artista foi demitido após 25 anos e o motivo do desligamento não foi divulgado.
No entanto, a demissão aconteceu poucos dias após críticas de um colega de trabalho, Al Ewing, que declarou em suas redes sociais que não trabalharia mais com ele após um problema na edição nº 43 de “O Imortal Hulk”, onde a vitrine de uma joalheria foi desenhada com inclusão de uma estrela de Davi e um erro de grafia (jewery), cuja combinação foi considerada uma citação racista.
“Esta não foi a primeira vez que tive ciência de um problema com o Joe. Eu tenho falado nos bastidores, mas isso não conforta as pessoas que são as vítimas dessa propaganda brutal”, disse Ewing sobre o quadrinho desenhado por Bennet.
Bolsonarista, Bennett já tinha gerado controvérsias ao fazer uma ilustração do então deputado Jair Bolsonaro em 2017 como um herói que enfrentava figuras animalizadas de outros políticos brasileiros e ao celebrar o tapa dado por Augusto Nunes em Glenn Greenwald num dos maiores vexames do programa “Pânico”, da Jovem Pan. “Esse tapa foi meu também! Devia ter dado era um soco!!”, escreveu o quadrinista em sua rede social. Após os leitores da Marvel reclamarem, ele apagou o post e pediu desculpas a Greenwald.
Artista de traços impactantes e viscerais, Bennett ainda não se manifestou sobre os comentários do roteirista Al Ewing ou sobre sua demissão. O trabalho de Bennett e Ewing em “O Imortal Hulk” foi indicado ao Eisney Award, o Oscar dos quadrinhos, em 2019.