Considerado um dos países mais homofóbicos do mundo, a Rússia, por meio de sua agência reguladora de comunicações, alertou a Disney nesta sexta-feira (28/5) para não distribuir conteúdos com personagens LGBTQ+, dizendo que são prejudiciais às crianças do país.
A agência de censura, Roskomnadzor, informou ter enviado uma carta à Disney observando que a lei russa proíbe a distribuição de informações que “negam valores familiares e promovem relacionamentos sexuais não tradicionais” para crianças.
A iniciativa foi tomada diante da inclusão do curta-metragem “Out”, que tem um protagonista gay, na plataforma Disney+.
A Disney ainda não se pronunciou.
Relacionamentos homossexuais são legais na Rússia, mas uma lei de 2013 proíbe disseminar “propaganda de relacionamentos sexuais não tradicionais” entre jovens russos. Grupos de direitos humanos criticam a legislação, dizendo que ela ajuda a aumentar a hostilidade contra a comunidade LGBTQ+.
Na segunda-feira (204/5), um procurador russo pediu que anúncios da Dolce & Gabbana no Instagram que mostram casais homossexuais se beijando sejam proibidos no país.
Além da censura nos meios de comunicação, a repressão se estende à proibição de paradas de orgulho LGBTQ+. A Moscow Pride encontra-se banida há vários anos e as tentativas de realização são enfrentadas com violência por protestos de russos ultraconservadores e religiosos. O ex-prefeito de Moscou, Yuri Luzhkov, chegou a justificar a proibição durante seu mandato dizendo que os eventos eram “satânicos”.
Desde 2010, antes mesmo da legislação mais restritiva, a União Europeia multa a Rússia por desrespeitar os direitos LGBTQ+.