A 35ª edição do prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol, premiou neste sábado (6/3) “Las Niñas” como o Melhor Filme do ano.
Primeira obra da cineasta Pilar Palomero, o longa acompanha a passagem para a adolescência de um grupo de alunas de um colégio de freiras e venceu, ao todo, quatro Goyas, superando o favoritismo de “Adú”, filme sobre a imigração que rendeu o Goya de Melhor Direção para Salvador Calvo.
“Las Niñas” fez história por ter sido o primeiro filme dirigido por uma mulher a vencer o prêmio espanhol. Ambientada no começo dos anos 1990, a trama apresenta as primeiras experiências deste grupo, ao qual se junta a recém-chegada Brisa, uma jovem descolada que ouve rock e se veste de forma diferente. Elas compartilham o primeiro cigarro, o uso de batom, as primeiras festas e os primeiros flertes, conversando sobre seus medos e anseios.
O Goya de Melhor Atriz foi para Patricia López Arnaiz, protagonista de “Ane”, que vive uma jovem mãe divorciada, disposta a tudo para recuperar a filha, e o de Melhor Ator para Mario Casas, que faz sua transição de galã a ator dramático com o thriller “No Matarás”.
Questões de gênero aparecem fortemente na premiação, com “Las Niñas” e “La Boda de Rosa”, de Iciar Bollaín, bem como no filme que mais ganhou prêmios, “Silenciadas”, de Pablo Agüero, uma versão feminista dos julgamentos de bruxas da Inquisição de 1609.
As mulheres também quase empataram com os homens em número de prêmios, vencendo 12 categorias contra 13 masculinas, incluindo três prêmios compartilhados. Para completar, Daniela Cajías se tornou a primeira diretora de fotografia feminina a conquistar sua categoria no Goya, por “Las Niñas”.
Entre os demais contemplados da noite, “El Olvido que Seremos”, sobre a violência política na Colômbia dos anos 1970 e 1980, tornou-se a primeira produção colombiana a ganhar o Goya de Melhor Filme Iberoamericano.
Realizada por videoconferência por causa da pandemia de coronavírus, a cerimônia foi apresentada pelo ator Antonio Banderas (“Dor e Glória”) e contou com participação de trabalhadores da área da saúde, em homenagem a seus esforços para enfrentar a covid-19.
À exceção de “Adu”, lançado (sem divulgação) pela Netflix, os demais filmes premiados são inéditos no Brasil. Veja abaixo uma prévia de todos os longas vencedores do Goya 2021.