A edição de 4 horas de “Liga da Justiça”, que restaura a versão do filme feita pelo diretor Zack Snyder, é o grande destaque da semana, presente em todas as plataformas de locação digital no Brasil.
O filme apresenta cenas, personagens e desfecho diferentes da “Liga da Justiça” exibida nos cinemas, submetida a refilmagens e edição de Joss Whedon em 2017. E para poder realizá-lo, Snyder aceitou trabalhar de graça, num acordo com a WarnerMedia para recuperar o controle sobre a obra e conseguir o orçamento que precisava para finalizar efeitos visuais e filmar duas cenas extras, que não estavam nos planos originais do longa.
A maior parte do filme, porém, foi filmada há cerca de quatro anos. Snyder chegou perto de terminar “Liga da Justiça” em 2017, mas precisou se afastar da produção após uma tragédia abalar sua família.
Ele acabou sendo substituído na pós-produção por Whedon, que realizou uma refilmagem extensiva de tudo o que estava pronto. Mas o resultado dessa intervenção foi desaprovado de forma unânime, com um fracasso nas bilheterias e críticas muito negativas (40% no Rotten Tomatoes). Além disso, as refilmagens foram tumultuadas e geraram acusações de abusos que, num efeito dominó, fulminaram a reputação de Whedon e fizeram balançar produtores e executivos da própria Warner.
Em meio às controvérsias, a versão de Snyder, batizada pelos fãs de SnyderCut, ganhou status de lenda. Após uma campanha exaustiva nas redes sociais, que chamou atenção dos executivos do conglomerado, os fãs finalmente terão acesso ao que pediram, podendo comprovar aquilo que acreditavam ou se confrontar com nova frustração diante da edição alternativa de “Liga da Justiça”.
Por um lado, o trabalho do diretor é melhor que o lançamento de 2017, com mais desenvolvimento de personagens, senso dramático e escala épica. Mas também é arrastado, repetitivo com excesso de cenas desconectadas (que parecem bônus de DVD) e o que é pior: termina com gancho para uma continuação que nunca será produzida.
Mesmo com as atenções voltadas para este lançamento, que faz justiça ao termo longa-metragem, há várias outras opções excelentes para programar o fim de semana, incluindo um filme com os intérpretes dos pais de Superman: “Deixe-Me Partir”, um híbrido de western urbano e filme de vingança com Kevin Costner e Diane Lane, que atingiu 83% de aprovação no Rotten Tomatoes – mais que os 75% da nova “Liga da Justiça”.
Entre as atrações não faladas em inglês, os destaques incluem a impactante distopia mexicana “Nuovo Orden”, de Michel Franco (“Depois de Lucia”), premiada no Festival de Veneza, e o drama adolescente canadense “A Colony”, da estreante em longas de ficção Geneviève Dulude-De Celles, que venceu a mostra Generation do Festival de Berlim.
Confira abaixo a relação completa e os trailers dos 10 melhores filmes para ver em streaming e VOD neste fim de semana.