Edição virtual da CCXP é vista por 1,5 milhão de pessoas

A CCXP Worlds, versão virtual da Comic Con Experience (CCXP), encerrou-se no domingo (6/12), depois de três dias, com um público total de 1,5 milhão de pessoas, de acordo com a organização […]

Divulgação/CCXP

A CCXP Worlds, versão virtual da Comic Con Experience (CCXP), encerrou-se no domingo (6/12), depois de três dias, com um público total de 1,5 milhão de pessoas, de acordo com a organização do evento.

O comunicado também informa que espectadores de 113 países sintonizaram a programação online, que teve muito maior alcance que sua versão presencial. Na CCXP do ano passado, cerca de 280 mil pessoas adquiram ingressos para acompanhar a convenção em São Paulo.

Apesar disso, a expectativa era um pouco mais “épica”. Os organizadores chegaram a prever 100 milhões de visitas. Um objetivo nada modesto, levando em conta que a DC Fandome, convenção oficial dos super-heróis da DC, não passou dos 22 milhões em seu fim de semana inaugural.

Os números divulgados pela organização também indicam que o público teve acesso a 150 horas de conteúdos em cinco palcos virtuais — Thunder Arena, Artists’ Valley, Creators & Cosplay Universe, Oi Game Arena e Omelete Stage — e ainda pôde conferir até 250 lives diárias de quadrinistas. Acrescentam ainda em sua conta 1000 conteúdos postados nas redes sociais, que teriam atingido 52 milhões de pessoas – 10 milhões só na China.

Os números que o comunicado não cita são relativos às novidades do universo geek reveladas na programação. Dá para contar nos dedos. Pode-se culpar parcialmente a covid-19, que adiou e deixou vários projetos sem data – o que implode planos de divulgação – , mas a exibição online também evidenciou as limitações de conteúdo e vícios de formato da convenção, que depende de parceria comercial com estúdios de cinema e outros para existir, gerando uma simbiose pouco, digamos, criativa. Com painéis repetitivos e perguntas monótonas de fãs (alguns com crachás de profissionais) aos artistas convidados, quase não houve interesse jornalístico nas entrevistas virtuais, como se pode verificar pela pouca repercussão na imprensa. Alguns painéis pareciam infomerciais incluídos por força contratual.

De todo modo, esta foi uma falha, digamos, editorial. Outros pontos questionáveis, como os nomes dos palcos em inglês, também caem nessa coluna. Já o mais difícil foi realizado de forma exemplar.

Era enorme o desafio de montar um evento inteiro de forma virtual e os organizadores entregaram um produto que, do ponto de vista técnico, funcionou melhor que muitos esperavam – mesmo com pequenos problemas durante alguns painéis ao vivo, que são inevitáveis até em eventos presenciais. Neste quesito, a CCXP superou os equivalentes americanos, como a própria Comic-Con de San Diego e o citado DC Fandome.

“Foi preciso muita coragem para, em um ano como 2020, colocar de pé um festival virtual do tamanho da CCXP Worlds”, disse Pierre Mantovani, CEO da CCXP, na nota à imprensa. Ele ainda reparou que, mesmo se a CCXP voltar a ser um evento físico, deve manter parte da experiência online nas próximas edições. “Foi um formato que deu muito certo e, muito provavelmente, estará nos nossos planos combinar o virtual com o presencial nas próximas edições”.

Por sinal, a CCXP 2021 já tem data para acontecer. Daqui a um ano, entre 2 a 5 de dezembro.