A Polônia se tornou o mais recente país europeu a anunciar o fechamento de seus cinemas, juntando-se a uma política de confinamento iniciada por países como França, Alemanha, Itália, Grécia, Holanda, Espanha e Reino Unido, demonstrando o impacto da segunda onda da pandemia de coronavírus.
O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki anunciou que cinemas, teatro, restaurantes e comércio não essencial serão fechados partir de sexta (6/11) em todo o país, permanecendo assim pelo menos até 29 de novembro. Ele também disse que o país avançaria para um lockdown completo se a abordagem de “interruptor”, que muitas nações europeias estão empregando como forma de conter o aumento das infecções antes do período de Natal, não funcionar.
A Polônia registrou 24,6 mil novos casos de covid-19 e 373 mortes apenas na terça-feira (3/11), um novo recorde no país desde o início da pandemia.
O pico coincide com protestos generalizados que levaram milhares de pessoas às ruas nos últimos dias, após uma decisão polêmica que tornaria ilegal quase todo o aborto no país. A implementação do projeto de lei foi adiada após os protestos, que sacudiram o país e demonstraram que a opinião pública era contra a lei.
O país foi um dos mercados que mantinha as maiores bilheterias da Europa após a efêmera reabertura dos cinemas no meio do ano, impulsionado em grande parte por lançamentos locais.
A decisão de fechar os cinemas em quase toda a Europa terá um efeito devastador nas empresas de exibição, que estão protestando contra as novas medidas, ao mesmo tempo em que pedem auxílios financeiros dos governos.
“Não entendemos mais os constantes altos e baixos das medidas tomadas. Há seis meses trabalhamos em cinemas com detalhados conceitos de segurança, amplas salas, modernos sistemas de ventilação e apenas 25% de utilização da capacidade”, escreveu Christine Berg, CEO da organização dos cinemas alemães HDF Kino, em nota. “Os cinemas assumem uma grande responsabilidade pelos seus visitantes e, no entanto, isso não adianta.”
Apesar das medidas de segurança, os cinemas tem insistido em vender refrigerante e pipoca em seus estabelecimentos para espectadores consumirem durante as sessões, o que leva ao abandono das máscaras de proteção no interior das salas e invalida as citadas iniciativas contra a contaminação. Máscaras e higiene pessoal (lavar as mãos) são as principais proteções existente contra o coronavírus.