Documentário sobre Babenco é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2021

A Academia Brasileira de Cinema (ABC) anunciou nesta quarta-feira (18/11) que o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz, será o candidato oficial do Brasil […]

Divulgação/Imovision

A Academia Brasileira de Cinema (ABC) anunciou nesta quarta-feira (18/11) que o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz, será o candidato oficial do Brasil para tentar uma vaga entre os indicados na categoria do próximo Oscar de Melhor Filme Internacional.

O filme, que chega ao circuito cinematográfico na quinta-feira que vem (26/11), é uma crônica dos últimos dias do diretor Héctor Babenco (“Carandiru”, “Pixote”), diretor argentino que virou brasileiro por afinidade, morto em 2016, depois de décadas lutando contra o câncer.

Esta é a primeira vez que um documentário é escolhido pela comissão nacional. No ano passado, quando “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, concorreu ao Oscar de Melhor Documentário, ele foi selecionado por uma comissão americana, enquanto o candidato oficial do Brasil foi “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, que acabou não entrando na lista.

A escolha deste ano também foi a primeira sem participação do governo federal. Os responsáveis foram profissionais do setor: os diretores de fotografia Afonso Beato e Lula Carvalho, os produtores Clelia Bessa, Leonardo Monteiro de Barros, Renata Magalhães e Rodrigo Teixeira, e os cineastas Laís Bodanzky, Roberto Berliner e Viviane Ferreira. Os também cineastas Andre Ristum e Toni Venturi serviram de membros suplentes do grupo.

“Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou” teve uma trajetória internacional premiada, vencendo, entre outros, o troféu de Melhor Documentário do Festival de Veneza do ano passado.

Além dele, a lista de filmes avaliada ainda incluiu “A Divisão”, “A Febre”, “Alice Júnior”, “Aos Olhos de Ernesto”, “Casa de Antiguidades”, “Cidade Pássaro”, “Jovens Polacas”, “M8”, “Macabro”, “Marighella”, “Minha Mãe É uma Peça 3”, “Narciso em Férias”, “Pacarrete”, “Pureza”, “Sertânia”, “Todos os Mortos”, “Três Verões” e “Valentina”.

A última vez que um filme selecionado pela comissão oficial conseguiu chegar entre os finalistas e obter indicação ao Oscar foi em 1999, com “Central do Brasil” (de 1998) – que também emplacou o nome de Fernanda Montenegro na categoria de Melhor Atriz. Antes disso, só “O Pagador de Promessas” (1962), “O Quatrilho” (1995) e “O que É Isso, Companheiro?” (1997) conseguiram ser indicados ao troféu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas do EUA (AMPAS).

O primeiro corte dos candidatos ao troféu acontecerá no dia 9 de fevereiro, quando serão revelados os títulos pré-selecionados pela AMPAS para seguir na disputa. Já os cinco finalistas à categoria de Melhor Filme Internacional só serão conhecidos durante o anúncio de todas as indicações ao Oscar, previsto para acontecer no dia 15 de março. A cerimônia de premiação, por sua vez, está marcada para 25 de abril de 2021.