O escritor britânico Clive Barker se juntou ao projeto de adaptação de “Hellraiser” numa série de TV. Criador da longeva saga de terror, Barker escreveu e dirigiu o primeiro filme de 1987, mas não estava ligado à franquia desde “Hellraiser IV – Herança Maldita”, lançado em 1996.
Em comunicado sobre o projeto, ele se disse “muito animado em ver a mitologia da franquia ganhar uma nova vida”. “Está na hora das histórias voltarem às origens. Estou ansioso para trazer para o público o elemento mais antigo do terror: o mal que invade nossas vidas e como nós precisamos ter forças para resisti-lo”, completou.
Barker foi uma adição tardia ao projeto, mas oferece uma espécie de selo de garantia de fidelidade à sua criação.
Fãs de terror já estavam babando com a configuração infernal da produção, que reuniu uma equipe de peso, com roteiros de Mark Verheiden (criador da série do “Monstro do Pântano”) e Michael Dougherty (“Contos do Dia das Bruxas”) e direção de David Gordon Green (do novo “Halloween”, de 2018). Os três também são coprodutores da série, com Verheiden assumindo o papel de showrunner.
A série não será um reboot, mas uma continuação e expansão da mitologia imaginada por Clive Barker sobre os Cenobitas, liderados pelo icônico personagem Pinhead.
Considerado o “Stephen King britânico”, Barker adaptou um livro de sua autoria (“The Hellbound Heart”) para virar cineasta com o primeiro filme da franquia, “Hellraiser – Renascido do Inferno”, em 1987.
A história original envolvia um cubo sinistro, que prometia prazeres transcendentes, mas na verdade abria as portas do inferno, condenando almas a uma eternidade de sofrimento nas mãos dos terríveis Cenobitas. Uma dessas vítimas era um homem chamado Frank (Sean Chapman), que em busca de prazeres proibidos encontra o artefato capaz de abrir a porta para outra dimensão e tem seu corpo dilacerado pelos anjos do inferno (os cenobitas). A partir daí, sua amante Julia (Clare Higgins) faz de tudo para libertá-lo do inferno, praticando rituais sinistros sem que sua família desconfie de seus planos. Até que sua sobrinha Kirsty (Ashley Laurence) encontra o artefato maldito e, sem querer, acaba invocando os cenobitas.
O lançamento de “Hellraiser” causou enorme impacto com sua mistura de sadomasoquismo, pactos demoníacos, artefato maldito, ultraviolência gore e criaturas de pesadelos – entre elas, o já citado Pinhead, um cenobita que tem a cabeça inteira coberta por alfinetes. Virou um dos marcos do terror da década de 1980.
O filme ganhou uma continuação oficial em 1988, baseada num conceito do próprio Barker, mas o sucesso acabou tirando a franquia das mãos de seu criador, resultando em produções cada vez mais fracas e distantes do clima original – assim como Jason, de “Sexta-Feira 13”, Pinhead também foi parar até numa nave espacial!
Ao todo, dez filmes foram lançados, mas os seis últimos saíram direto em DVD – entre eles, “Hellraiser: Inferno” (2000), dirigido por Scott Derrickson, que depois ficou mais conhecido como o diretor de “Doutor Estranho”.
O último lançamento da franquia aconteceu em 2018, mas um projeto de refilmagem do original chegou a ser concebido pela produtora Dimension dos irmãos Weinstein. Com o escândalo dos abusos sexuais de Harvey Weinstein, a Dimension entrou em colapso e os direitos foram adquiridos pela Spyglass, que no ano passado contratou o roteirista David S. Goyer (de “Batman: O Cavaleiro das Trevas”) e o diretor David Bruckner (“O Ritual”) para realizar o longa, que estaria em pré-produção.
Confira abaixo o trailer original do terror de 1987.