Cinemas dos EUA registram pior bilheteria da pandemia

O circuito cinematográfico da América do Norte registrou um recorde negativo histórico de bilheteria neste fim de semana. Se o fim de semana do Halloween tinha assustado o mercado com uma bilheteria […]

Unsplash/Karen Zhao

O circuito cinematográfico da América do Norte registrou um recorde negativo histórico de bilheteria neste fim de semana.

Se o fim de semana do Halloween tinha assustado o mercado com uma bilheteria de Top 10 que totalizava pouco mais de US$ 8 milhões, representando o faturamento mais baixo do ranking em quase meio século, neste fim de semana os cinemas americanos somaram US$ 6,5 milhões entre todos os títulos exibidos. Isto mesmo: este foi o valor total das bilheterias de todos os cinemas dos EUA e Canadá entre sexta e domingo (22/11).

São os rendimentos mais baixos desde a reabertura dos cinemas em setembro, durante a pandemia, e provavelmente os menores valores desde os anos 1960. O montante também representa uma queda de 35% em relação à semana passada, quando o total girou em torno dos US$ 10 milhões.

Os cinemas continuam fechados desde março em Los Angeles e Nova York, e os que ainda funcionam sofreram novo impacto com decisões de governos estaduais tomadas nos últimos dias. O horário de funcionamento do comércio voltou a encolher em alguns estados americanos, que implantaram até toque de recolher e emitiram novas orientações para a retomada do isolamento social, após o crescimento exponencial de casos de covid-19.

Neste ritmo, os próprios exibidores podem optar por nova fase de fechamento para estancar seus custos de funcionamento, independente de decisão governamental. Como parâmetro, a maior das redes de cinema dos EUA, a AMC, gasta US$ 25 milhões semanais para manter suas salas abertas. A conta de manutenção não faz mais sentido.

Por mais que tenham implementado medidas de higiene e protocolos de segurança, os multiplexes não despertaram confiança do público por continuarem a vender comes e bebes que são consumidos sem máscaras em salas herméticas com circulação de ar artificial.

Puxando as bilheterias para baixo ainda há a falta de grandes lançamentos dos maiores estúdios de Hollywood. Entre sexta e domingo houve apenas a estreia de um filme chinês de distribuidora sem tradição cinematográfica, especializada em VOD (locação digital). O thriller de ação “Vanguard”, estrelado por Jackie Chan, abriu em 7º lugar com US$ 400 mil.

Apenas um filme faturou mais de US$ 1 milhão, o líder “Freaky – No Corpo de um Assassino”, que fez US$ 1,2 milhão em sua segunda semana em cartaz. Somando seus 10 dias de liderança no ranking, a comédia de terror da Blumhouse/Universal fez ao todo 5,5 milhões nas bilheterias da América do Norte.

Para dar noção da diferença, neste mesmo fim de semana do ano passado a Disney lançou “Frozen 2”, que faturou US$ 130 milhões em seus primeiros três dias no mercado interno.