Documentário brasileiro sobre saúde e direitos indígenas é premiado na França

O filme brasileiro “O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels”, de Tiago Carvalho, foi premiado na seção de documentários do 29º Festival Biarritz da América […]

Divulgação/Banda Filmes

O filme brasileiro “O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels”, de Tiago Carvalho, foi premiado na seção de documentários do 29º Festival Biarritz da América Latina, mostra francesa que celebra o cinema e a cultura latino-americanas.

O documentário sobre as expedições do médico sanitarista Noel Nutels, que dedicou sua vida ao tratamento da saúde dos indígenas do Brasil, venceu o Prêmio do Público como Melhor Documentário, uma Menção Especial do júri da categoria e o Prêmio do IHEAL, Instituto de Altos Estudos da América Latina, parceiro do festival.

“Índio Cor de Rosa” era o apelido de Nutels, que em suas viagens às aldeias indígenas, entre as décadas de 1940 e 1970, tornou-se um dos primeiros sanitaristas a denunciar o genocídio dos povos indígenas no Brasil.

A produção usa imagens feitas pelo próprio médico, que produziu 21 documentários sobre os indígenas enquanto comandou ações de saúde com o SUSA (Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas), e também momentos históricos da vida de Nutels, como sua participação na CPI do Índio na Câmara dos Deputados, em 1968, quando proferiu um discurso histórico, que infelizmente continua atual: “A essa hora alguém está matando um índio. É a cobiça da terra, é a cobiça do subsolo, é a cobiça das riquezas naturais. É um vício de estrutura econômica. Enquanto a terra for mercadoria e objeto de especulação, vai se matar índio. A quem interessa o crime?”

O argentino “Ofrenda”, de Juan Mónaco Cagni, venceu o prêmio Abraço, o principal do festival, dedicado ao Melhor Longa-metragem de Ficção.