Rosita Fornés , considerada a grande vedete de Cuba, morreu nesta quarta-feira (10/6) em Miami aos 97 anos, após uma carreira artística de oito décadas em que brilhou dentro e fora da ilha.
“Nesta madrugada tivemos a triste notícia de que morreu em Miami, Estados Unidos, a grande artista Rosita Fornés, glória da cultura cubana”, lamentou no Twitter o ministro cubano da Cultura, Alpidio Alonso.
Ela morreu devido a uma condição pulmonar “com a qual lutou por vários anos”, explicou Rey González, amigo de Fornés e administrador de sua página oficial, ao anunciar sua morte no Facebook.
A artista estava há vários dias internada em Miami, cidade onde decidiu morar em 2019.
Na verdade, Fornés era americana. Ela nasceu em 11 de fevereiro de 1923 em Nova York, mas mudou-se para Cuba ainda pequena. Seus pais eram espanhóis e se divorciaram quando Fornés tinha aproximadamente cinco anos. Ela então assumiu o sobrenome de seu padrasto.
Foi em Cuba que virou artista. Com apenas 15 anos, chamou atenção ao ganhar um concurso de cantores no rádio e foi convidada a estrear nos palcos em uma comédia musical. Aos 17 virou atriz de cinema, apareceu em dois filmes cubanos, “Una Aventura Peligrosa (1940) e “Romance Musical” (1941), antes de se mudar para o México, onde se tornou uma grande estrela, protagonizando vários filmes durante a idade de ouro do cinema mexicano.
Rosita Fornés virou uma das maiores sex symbols latinas em produções como “El Deseo” (1948) e “La Carne Manda” (1948), e se manteve em alta até a metade dos anos 1950.
Em 1956, fez seu último longa mexicano, “No Me Olvides Nunca” (1956).
Ao se divorciar do ator Manuel Medel, mudou-se com sua filha novamente para Cuba, onde se estabeleceu na nascente indústria televisiva do país. Também retomou a carreira teatral, excursionando pela América Latina e pela Espanha, ao mesmo tempo em que virou representante da música cubana em vários festivais internacionais.
Nos anos 1980, experimentou um renascimento da carreira cinematográfica, atuando em três longas cubanos, “Permutam-se Casas” (1985), “Plácido” (1986) e “Papéis Secundários” (1989). Mas, desde então, as turnês teatrais e musicais, que a levaram também a Nova York em várias apresentações, acabaram tomando a maior parte de seu tempo.
A atriz e cantora ganhou um documentário sobre sua vida e obra em 1996, “Rosita Fornés, Mis Tres Vidas”, e se despediu dos cinemas em 2001, com “Las Noches de Constantinopla”.
Ao longo da carreira, ela ganhou muitos prêmios e homenagens. Entre outras honrarias, foi consagrada Artista do Povo pelo governo do México em 1985 e recebeu a Ordem do Mérito Civil da Espanha em 2011, concedida pelo rei Juan Carlos I.