Disponibilizado pela Netflix na quarta (10/6), “Reality Z” tem dividido opiniões em todo o mundo. A série de zumbis com Sabrina Sato atingiu nota 5,1 (numa escala até 10) dos resenhistas voluntários do site americano IMDb e, sem nenhuma crítica oficial indexada, 64% de aprovação dos usuários do Rotten Tomatoes.
Um dos poucos sites internacionais que apresentou resenha no lançamento da atração, o Decider sugeriu a seus leitores evitarem perder tempo.
O principal consenso é que “Reality Z” agrada mais quem não conhece “Dead Set”. Por outro lado, alguns fãs do original reclamam contra o que percebem como um plágio descarado, cena por cena.
Muitos lamentam que haja personagens demais, que são rapidamente dispensados sem dar tempo para o público se importar com seus destinos. Mas há quem veja essa matança como ponto positivo.
Outros tantos apontam para a forma como a metade final dos 10 episódios parece uma série diferente da metade inicial, inclusive com nova protagonista.
O fato é que o público internacional percebeu a colagem narrativa da produção, que é uma adaptação bastante reverente de “Dead Set” até seu quinto episódio e uma série completamente diferente do sexto ao décimo capítulos. Houve quem apontasse que a segunda metade seria a 2ª temporada nunca produzida de “Dead Set”. Quem dera.
Entre os pontos positivos destacados estão efeitos visuais superiores aos de “Dead Set”, com zumbis que não fariam feio em “The Walking Dead”, e a principal mudança em relação à história original, que substituiu um namorado traído por uma mãe e seu filho desesperados para chegar na casa mais segura do Brasil. Infelizmente, esse detalhe não é muito aproveitado na trama.
Também disponível na Netflix, “Dead Set” foi uma minissérie britânica de 2008 concebida por ninguém menos que Charlie Brooker, o criador de “Black Mirror”. A grande diferença em relação a “Reality Z” é que a produção original usava os cenários, o nome, a apresentadora (Davina McCall), o narrador oficial (Marcus Bentley) e até concorrentes do Big Brother inglês real, levando a metalinguagem ao limite.
Como a marca Big Brother pertence à Globo no Brasil, a série teve que criar outro reality de confinamento, chamado “Olimpo, a Casa dos Deuses”, em que os concorrentes se vestem como gregos antigos – embora o visual lembre mais orgias romanas – e os paredões sejam chamados de “sacrifícios”.
Isolada e autossustentável, a casa do reality logo se torna cobiçada para um punhado de pessoas que tenta escapar da pandemia zumbi no Rio de Janeiro. Mas enquanto o mundo acaba, os integrantes do reality seguem alheios ao que acontece do lado de fora, ignorando completamente o surto zumbi. Até ser tarde demais.
Sabrina Sato vive a apresentadora do reality, o que permite uma ligação tênue com o Big Brother Brasil, já que ela foi revelada no programa. O elenco também inclui Guilherme Weber (“O Negócio”), Jesus Luz (“Aquele Beijo”), Ana Hartmann (“Me Chama de Bruna”), Emilio de Mello (“Psi”), Carla Ribas (“Casa de Alice”), Luellem de Castro (“Malhação”) e Ravel Andrade (“Sessão de Terapia”).
A adaptação é assinada por Cláudio Torres (“A Mulher Invisível”, “O Homem do Futuro”), que além de escrever os roteiros com João Costa, compartilhou a direção com Rodrigo Monte (“Magnífica 70”). A produção é da Conspiração Filmes.
Confira o trailer abaixo.