Depois de uma campanha online pedir que a Disney/Marvel proíba a polícia dos Estados Unidos de utilizar a caveira do Justiceiro em seus uniformes, a Marvel se pronunciou, afirmando que “está levando a sério” o uso não licenciado do símbolo do Justiceiro por policiais vistos na linha de frente da repressão contra os protestos antirracistas que eclodiram nos EUA desde a morte de George Floyd, sufocado por policiais brancos.
Embora não tenha dado detalhes das ações que pretende adotar para impedir o uso do símbolo da caveira, a Marvel condenou diretamente a associação entre policiais e o Justiceiro, apontando para um trecho de uma história em quadrinhos em que o próprio personagem aborda o tema.
“Não somos iguais. Vocês fizeram um juramento de manter a lei e ajudar as pessoas, enquanto eu desisti disso há muito tempo. Vocês não fazem o que eu faço, ninguém faz. Vocês precisam de um modelo? O nome dele é Capitão América e ele ficará feliz em ouvi-los”, diz o Justiceiro na revista indicada pela editora, em que Frank Castle aparece rasgando um adesivo com sua caveira colada em uma viatura e exigindo que os policiais nunca mais a utilizassem.
Conhecido por matar criminosos, o logo do Justiceiro representa um vigilantismo que não cabe a policiais no mundo real, que são convocados para manter a ordem, e não executar suspeitos.
A Marvel também apontou para uma declaração pública de apoio aos protestos que fez pelas redes sociais.
“Nós estamos juntos contra o racismo. Estamos juntos pela inclusão. Estamos juntos com nossos funcionários, contadores de histórias, criadores e toda a comunidade negra. Precisamos nos unir e falar sobre isso”, escreveu a empresa no último domingo (31/5) nas redes sociais.
Para completar, Gerry Conway, criador do personagem, disse que criará uma campanha para desassociar a caveira de Frank Castle da brutalidade policial. Pelo Twitter, o quadrinista convocou artistas não-brancos a “reivindicar a caveira como um símbolo de justiça ao invés de [um ícone para] opressão ilegal da polícia”.