A cineasta, produtora e atriz Marion Hänsel, que venceu o Leão de Prata no Festival de Veneza de 1985, morreu na segunda (8/6) aos 71 anos, após um ataque cardíaco.
Nascida em Marselha, na França, Hansel cresceu na cidade belga de Antuérpia e os seus estudos levaram-na ao Reino Unido, a Paris, e Nova York, onde estudou na famosa Actors Studio, a escola de atores de Lee Strasberg.
Depois de se apresentar no palco em Bruxelas e ganhar pequenos papéis na televisão, começou a carreira como atriz de cinema na fantasia belga “Palaver” (1969), de Emile Degelin. E seguiu atuando em filmes belgas até ser contratada por Agnès Varda para participar do clássico francês “Uma Canta, a Outra Não” (1977). Foi nesse mesmo ano que criou a produtora Man’s Films e assinou a sua primeira curta-metragem: “Equilibres” .
A sua estreia na direção de longas se deu em 1982 com “Le Lit”, nomeado ao César de Melhor Filme Francófono (estrangeiro falado em frncês), e a partir aí ela assinou duas dezenas de trabalhos como realizadora e cerca de 35 obras como produtora, como “Terra de Ninguém”, de Danis Tanovic, que venceu o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2002.
O filme que lhe rendeu o Leão de Prata foi também sua primeira obra falada em inglês: “Dust” (1985), produção polêmica que deu o falar pela cena de estupro de uma mulher negra por um patrão branco (Trevor Howard) na África do Sul, em pleno apartheid, e o assassinato deste pela própria filha (Jane Birkin).
Ela também foi premiada nos festivais de Cannes e Bruxelas por “Entre o Inferno e o Profundo Mar Azul” (1995), um filme cultuado sobre a amizade entre um marinheiro estrangeiro (Stephen Rhea) e uma garotinha chinesa.
Seu filme mais recente, “There Was A Little Ship”, teve a sua estreia internacional no Festival de Rotterdam deste ano, que lhe dedicou uma retrospectiva especial de sua carreira.